Por outro lado, quem se reformar antes desta idade, vai ter um corte maior no valor da sua pensão.
De acordo com os dados publicados pelo INE, aos 65 anos, a esperança média de vida em 2016 situa-se nos 19, 31 anos, o que representa um aumento relativamente aos actuais 19, 19 anos.
Em função deste novo valor, a partir de 1 de Janeiro de 2017, quem se reformar antes de completar 66 anos e 3 meses terá um corte de 13,88% no valor da sua pensão, em resultado da aplicação do factor de sustentabilidade que resulta do novo valor da esperança media de vida.
A CGTP-IN sempre rejeitou a aplicação do factor de sustentabilidade, que foi criado em 2007 com o objectivo de introduzir a ponderação da evolução da esperança média de vida no cálculo das pensões, reduzir assim o respectivo valor.
Este regime foi ainda agravado em 2013 com a antecipação do ano de referência para cálculo do factor de sustentabilidade de 2006 para 2000 e com a introdução da evolução da esperança medida de vida também na fixação da idade normal de acesso à pensão de reforma.
Assim, desde 2013 que deixou de haver uma idade fixa para acesso à pensão de velhice, ou seja é impossível saber com segurança qual a idade em que se poderá ter acesso à pensão de velhice sem penalização, visto que esta depende de um factor imponderável que é a evolução da esperança de vida. Por outro lado, as pensões antecipadas (qualquer pensão que seja atribuída antes da idade normal de acesso à pensão fixada para cada ano) são objecto de uma penalização cada vez maior.
Para a CGTP-IN, o factor de sustentabilidade e o aumento da idade da reforma não constituem soluções aceitáveis para o problema da sustentabilidade do sistema de segurança social. O aumento da esperança média de vida é, para todos os efeitos, um progresso da humanidade que, a par dos benefícios em que inegavelmente se traduz, convoca problemas novos para os quais a sociedade, como um todo e de forma solidária, deve encontrar respostas e soluções justas que não onerem excessiva ou exclusivamente este ou aquele grupo social. O pressuposto de que o aumento da esperança média de vida é um problema exclusivo dos trabalhadores, cujos custos só estes devem suportar, é insustentável e inaceitável.