Francisco Correia, que falava à Lusa a propósito do Dia Europeu dos Parques Nacionais, que se assinala amanhã, quarta-feira, lembrou que em Portugal existem 120 vigilantes da natureza, um número insuficiente para cobrir o território.
De acordo com o presidente da Associação Portuguesa de Guardas e Vigilantes da Natureza (APGVN), é «urgente haver um reforço de pessoas no terreno».
«Recordo que o Governo abriu há poucos meses um concurso de admissão de 20 guardas, quando o Orçamento do Estado (OE) para este ano previa pelo menos 50. Já estamos a meio de Maio e não aconteceu nada», disse.
A secretária de Estado do Ordenamento do Território e da Conservação da Natureza, Célia Ramos, esclareceu que os primeiros novos 20 vigilantes deverão entrar em funções até Julho e os procedimentos para os restantes 30 previstos vão avançar até ao final do ano.
No âmbito do "alargamento do corpo de vigilantes está a decorrer o concurso para 20, como tínhamos perspetivado, se bem que na lei do OE estejam previstos 50, e até final do ano queremos lançar os procedimentos para os 30 restantes», disse a responsável à Lusa.
A governante justificou a decisão de avançar em duas fases com processos burocráticos já em curso quando foi aprovado o OE. Os 20 vigilantes admitidos no primeiro semestre devem ser colocados «nas áreas que estavam mais deficitárias», nomeadamente em parques no Tejo e Douro Internacional, Alentejo e Algarve.
A contratação de 50 vigilantes da natureza no OE para 2017 partiu da iniciativa do PEV, cuja proposta acabou por ser aprovada na discussão em sede de especialidade, na Assembleia da República.
A iniciativa de «Os Verdes» visava aumentar o número destes profissionais, reduzidos para um terço nos últimos anos, para cerca de 100. O PEV justificava ser «preciso dar passos visíveis para recuperar profissionais que contribuam para a garantia da proteção dos nossos ecossistemas e de um património natural que urge não perder e criar condições para valorizar».