Esta é uma proposta que, para além de constituir uma ingerência na soberania nacional, confirma a opção da UE em privilegiar os interesses do capital em detrimento dos direitos fundamentais das pessoas.
Com efeito, a questão de fundo que hoje se coloca no nosso país não é seguir aquilo que a UE diz, mas romper com a política que, nomeadamente, precariza o emprego, desregula os horários, fomenta os bancos de horas, intensifica os ritmos de trabalho, promove a exaustão, degrada a saúde física e psicológica das mulheres e homens trabalhadores e condiciona, cada vez mais, a articulação da vida profissional com a vida pessoal e familiar.
Mais do que se discutir os horários de Verão ou de Inverno, o que importa é dar centralidade a uma mais justa distribuição da riqueza, com o aumento dos salários, assim como ao processo da redução do trabalho semanal para as 35 horas, enquanto elemento importante para defender e criar mais emprego, no quadro da digitalização da economia, assegurar mais tempo aos trabalhadores para estarem com os seus filhos e incentivar a sua participação cívica na vida da sociedade.
Respeitar os horários de trabalho e valorizar os direitos dos trabalhadores é o caminho certo e seguro para a estabilidade e o bem-estar dos assalariados e a opção política ajustada a um país que se deseja e exige, económica e socialmente, desenvolvido e soberano.