A entidade soma mas de 2.300 millhões de euros em créditos em risco de não ser devolvidos. Os efeitos da crise económica sofrida por todos os países do sul da Europa nos últimos anos deixam-se notar nas contas do banco, mas nos maus resultados chamam a atenção algumas operações de alto risco levadas a cabo pela Caixa Geral. Entre elas destaca Acuinova, o projeto de aquacultura desenvolvido por Pescanova em Mira (Galiza).
A indústria foi inaugurada em 2009, com um investimento de mais de 300 milhões de euros (58,7 procedentes do Governo português), prometendo a criação de 800 postos de trabalho e converter-se na maior planta de produção de peixes planos do planeta. Porém, nunca se chegaram a produzir as 12 mil toneladas anuais projectadas, pois os dados mais otimistas falam dentre três mil e quatro mil. E a planta ficou também muito longe dos 800 empregos prometidos, ficando por volta de 200. A crise da própria Pescanova pôs ao descoberto a realidade da indústria de Mira, que passou na prática a ser a propriedade (e o problema) das entidades financeiras que financiaram a sua construção, a começar pola própria Caixa Geral.
A exposição da entidade à dívida da Pescanova atinge os 130 milhões de euros, ao mesmo nível que a do Deutsche Bank, e só por trás da que sofrem Sabadell, La Caixa e Abanca, [todos eles bancos estrangeiros].
A fábrica de Mira e Pescanova Portugal apresentam imparidades (crédito perdido) de 23,8 milhões de euros, e 36,1 milhões de euros de crédito em risco que contribuem a agravar a situação da Caixa Geral. Aliás, a exposição da entidade à dívida da Pescanova atinge os 130 milhões de euros, ao mesmo nível que a do Deutsche Bank, e só por trás da que sofrem Sabadell, La Caixa e Abanca, [todos eles bancos estrangeiros].