A frente única jurídico-golpista, que legitimou o golpe contra o governo eleito através do fraudulento impeachment que depôs Dilma Rousseff, acaba de desfechar mais um golpe contra a vontade soberana de mais de 40% do eleitorado nacional.
[Dênis de Moraes*] Em um dos seus textos mais imprescindíveis, lido ao receber o título de professor emérito da Universidade de São Paulo no dia 28 de agosto de 1997 e publicado postumamente em livro, pela primeira vez, em Combates e utopias: os intelectuais num mundo em crise, por mim organizado1, Milton Santos delineou o cenário que hoje se consolida: a “instrumentalização pela mídia” de intelectuais que trabalham no interior das organizações do setor, ou que, vinculados à academia, ao mercado ou a instituições específicas, com elas se entrelaçam por convergências político-ideológicas ou motivações outras. Não escapou à aguda percepção do mestre da geografia humana que a reputação do intelectual já não depende do valor de sua obra e da força de suas tomadas de posição; agora, confunde-se com a consagração pelas engrenagens midiáticas, baseada na visibilidade alcançada pela inserção nos veículos por elas controlados. Daí a reação de Milton contra o declínio da figura do intelectual crítico na sociedade de telas e monitores: “Nosso trabalho não é produzir flashes, frases, mas ajudar a produzir consciência. A cautela do intelectual perante a mídia televisiva não significa recusá-la, porque ele necessita da difusão de seu trabalho. Mas é necessário ser prudente, prudência que vem apenas da consciência plena do papel que temos para exercer.”
Após a queda do regime militar, em 1985, o Brasil teve cinco greves gerais. As de 1986, 1987, 1989, 1991 e 1996.
[Eduardo Vasco] Se na imprensa dos Estados Unidos, representada pelo New York Times no artigo anterior, a maior parte das notícias vindas da Rússia era produzida por agências de notícias, o mesmo vale para o noticiário sobre a Revolução nas páginas dos jornais brasileiros.
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