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Diário Liberdade
Sábado, 07 Janeiro 2017 20:41 Última modificação em Segunda, 09 Janeiro 2017 23:20

Bolívia: a plurinacionalidade avança

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País: Bolívia / Direitos nacionais e imperialismo / Fonte: IELA

[Elaine Tavares] Quando a nova Constituição boliviana instituiu o Estado Plurinacional em 2009, dando status de autonomia para as nacionalidades que mantém seus territórios originais, abriu-se um longo debate sobre como essas etnias iriam efetivar, de fato, essa autonomia. Esse nunca foi um tema fácil pois as comunidades originárias também tem muita gente espalhada por outros espaços, que não os tradicionais, e outros tantos integrados à cidades e departamentos por todo o território nacional.

Mas, nesse oito de janeiro a Bolívia dá mais um passo na construção de realidade novidadeira instituindo na cidade de Charagua (departamento de Santa Cruz) o primeiro governo indígena autônomo. "Esse será um momento histórico que colocará as bases sólidas da plurinacionalidade no país", festejou o ministro de Autonomias, Hugo Siles. 

No próximo domingo as autoridades do povo Guarani, eleitas conforme seus usos e costumes, serão empossadas oficialmente e poderão atuar constituindo um novo modelo de adminsitração baseado no seu modo de vida, na sua filosofia e cosmovisão. O dia será de festa e deverá reunir lideranças indígenas de todo o país e também de outros países. Essa decisão de tornar-se um governo autônomo, dentro das bases constitucionais, deu-se em setembro do ano passado, quando a comunidade participou de um plebiscito e definiu o processo por 53,25% dos votos. 

Segundo o ministro Hugo Siles os indígenas bolivianos terão nas mãos um grande desafio que é o de fazer uma gestão pública, em parceria com o governo departamental e nacional, aportando sua forma de governar e de praticar a justiça. Todos sabem que essa não será uma caminhada curta, muito menos fácil, mas o otimismo é grande. Os passos serão acertados no andar. 

As próximas comunidades que deverão ser empossadas no governo autônomo serão as das regiões de Rajaypampa e Uruchipaya. A Bolívia avança. 

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