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Diário Liberdade
Quinta, 12 Janeiro 2017 00:45 Última modificação em Domingo, 15 Janeiro 2017 14:45

EUA construirão nova base militar no Peru

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País: Peru / Direitos nacionais e imperialismo / Fonte: Diário Liberdade

O Comando do Sul – comando unificado das Forças Armadas dos EUA que operam na América Latina, vinculado diretamente ao Departamento de Defesa – irá instalar um centro de operações no Peru, considerada uma base de fachada para ações militares estadunidenses na América do Sul.

Em 28 de dezembro de 2016, foi assinado um contrato entre o Comando do Sul, o governo do estado peruano do Amazonas e a empresa Partenon Contratistas E.I.R.L para a construção do Centro de Operações de Emergência Regional – COER Amazonas, informa o portal do governo da região peruana.

A obra, que teve início oficial em 29 de dezembro, deverá terminar no segundo semestre de 2018 e é financiada pelo Comando do Sul. É estimada em U$ 1,3 milhão e contará com um heliporto, um prédio de dois andares que abrigará um armazém para “ajuda humanitária” e o COER – de onde serão feitas as operações de logística, comunicações, monitoramento e análise, entre outras.

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Oficialmente, o projeto é destinado a fortalecer a capacidade de resposta a desastres naturais na região. No entanto, há denúncias de que a iniciativa acoberta planos de desenvolvimento de atividades militares que violariam a soberania nacional do Peru e seriam um meio de ingerência dos Estados Unidos nos assuntos da América do Sul.

O Partido Comunista do Peru – Pátria Vermelha afirmou que o acordo é, na verdade, “um avanço imperialista” em solo peruano. “Fora as bases ianques em nosso país!”, exigiu a organização, em uma mensagem nas redes sociais.

Para o economista e colunista da RT Ariel Noyola Rodríguez, o centro de operações é uma nova base militar “camuflada”. “Não resta dúvida, é intervencionismo disfarçado de ajuda humanitária”, escreve.

Para ele, os Estados Unidos estão utilizando desculpas como a ajuda humanitária contra catástrofes naturais ou o combate ao narcotráfico para se intrometerem nos assuntos dos países da América do Sul.

“O Peru constitui uma plataforma decisiva para que os EUA consigam consolidar seu plano de dominação sobre toda a América do Sul, uma zona que, como sabemos, possui reservas imensas de recursos naturais estratégicos (gás, petróleo, metais, minerais, etc.)”, afirma Rodríguez.

Além da nova base que será construída, o Amazonas já possui outras três (Iquitos, Nanay e Santa Lucía) e outros centros de operações de emergência já haviam sido instalados pelo Comando do Sul em outras regiões do Peru – Lambayeque, Loreto, Piura, San Martín, Trujillo e Tumbes.

De acordo com ele, os EUA se infiltraram em todo o aparato de segurança e de defesa do país andino. Entre maio e setembro de 2016, diversas unidades de Operações Especiais receberam treinamento dos EUA, autorizadas pelo Ministério da Defesa do Peru, além de terem sido realizados vários exercícios militares conjuntos.

Em setembro de 2015, a potência norte-americana já havia aumentado significativamente seu contingente militar no Peru, de 125 para 3.200 soldados, com a justificativa de lutar contra guerrilheiros e narcotraficantes.

Segundo Rodríguez, a América do Sul “é vítima de uma poderosa ofensiva impulsionada do exterior que tenta, de diversas formas, intensificar a presença de Washington” e que conta com a chegada de governos pró-imperialistas, como os de Maurício Macri na Argentina e o do Brasil após a derrubada de Dilma Rousseff.

“Se armar até os dentes no Peru é um assunto vital para os Estados Unidos para, tempos depois, levarem a cabo a instalação de outra base militar na Argentina, justo na fronteita com o Brasil e o Paraguai”, conclui o analista, se referindo à base militar que os EUA podem construir na Tríplice Fronteira, possibilidade que também foi denunciada pelo cientista político brasileiro Moniz Bandeira.

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