Camponesas e camponeses partirão de várias regiões do país com destino à Assunção, onde também pedirão a renúncia do presidente Horacio Cartes, informa a Prensa Latina.
Ao anunciar a 24ª edição da marcha, os organizadores ressaltaram o tratamento dado pelas autoriadades aos trabalhadores e trabalhadoras rurais, que são expropriados e encarcerados. Ao mesmo tempo, latifundiários, agroexportadores e grande empresários recebem privilégios.
O Paraguai é o país com a maior concentração de terra em todo o mundo. Apesar de a reforma agrária estar prevista na Constituição, 2,6% de proprietários detêm 85% da terra cultivável do país. Muitas das terras pertencem a gente ligada à burocracia estatal.
Assim como no Brasil, por exemplo, camponeses são reprimidos ou mesmo assassinados pelas forças de segurança públicas e privadas.
Entre os episódios de violência no campo, destaca-se o que ficou conhecido como Massacre de Curuguaty, quando 11 camponeses foram assassinados em um confronto com policiais em 2012 na tentativa de despejo de uma fazenda ocupada, em ação montada pelas forças de segurança e latifundiários.
O então presidente Fernando Lugo foi imediatamente culpado pelo ocorrido e, poucos dias depois, destituído de seu cargo, em um rápido processo que foi denunciado como um golpe de Estado.