"A Comissão da Justiça e da Verdade surgiu como resposta às violações dos Direitos Humanos que cometeu o Estado contra as pessoas que assumiram a defesa dos direitos do povo venezuelano após o 23 de janeiro de 1958. Durante essa época, 1958 – 1998, o assassinato, a tortura e o desaparecimento eram parte de uma política de Estado com a qual se pretendeu derrotar as lutas sociais do povo", disse.
A promotora também informou que esta política de perseguição em todo o país criou teatros de operações que funcionavam como centros de tortura e assassinato de camponeses, operários, mulheres e líderes políticos que lutavam por seus direitos.
A comissão obteve os dados através de um longo processo de investigação em arquivos militares, policiais e outros organismos.
Luisa Ortega Díaz explicou que estes dados foram sistematizados, analisados, digitalizados e submetidos a uma análise estatística e pediu divulgar os arquivos para que estejam ao alcance de todos os venezuelanos.
"Garantir o direito à verdade implicou uma exaustiva investigação a partir de diversas aproximações, uma análise sociológica que estudou a realidade daquela época (...) foi possível entrevistar as vítimas sobreviventes e testemunhas destes fatos", acrescentou.
A Comissão da Justiça e da Verdade foi instalada em 27 de fevereiro de 2013 para esclarecer a verdade sobre os crimes de Estado cometidos durante o período, com um total de 10.071 casos. Deste total, 1.412 foram assassinatos, 8.200 prisões arbitrárias e 459 desaparecimentos forçados.