Durante discurso na sessão extraordinária do Conselho Permanente da OEA, em Washington, Rodríguez afirmou que Almagro violou o artigo número um da Carta da organização, que estabelece que esta instância "não tem mais faculdades que fazer as que expressamente lhe confere a presente carta. Nenhuma de suas disposições autoriza intervir nos assuntos internos dos Estados membros".
A chanceler explicou que se viola o artigo 118, que estabelece que qualquer funcionário da secretaria-geral da OEA "não solicitará nem receberá instruções de nenhum governo, nem de nenhuma autoridade fora da organização. Coisas contrárias ocorreram em cada uma de suas viagens", enfatizou.
A ministra denunciou que em todas as viagens desde que tomou posse como secretário-geral da OEA, em maio de 2015, Almagro se pronunciou contra o governo bolivariano.
"Foi uma crônica de uma traição anunciada. O senhor Almagro assumiu funções na OEA em 26 de maio de 2015, apenas 15 dias mais tarde iniciou seu ataque contra a Venezuela. Havia chegado com um mandato muito claro nesta organização, o primeiro deles: acabar com a Revolução Bolivariana; o segundo, substituir o governo do presidente Maduro, e dar suporte internacional para as ações violentas da extrema-direita, destruindo a soberania e o estado de direito", destacou.
Decly Rodríguez disse desde o começo de sua gestão, Almagro violou as normas da OEA, que estabelece que o secretário-geral deve assumir o cargo com integridade, independência e imparcialidade.
"Estas são precisamente as características que este senhor (Almagro) não possui. Carece de independência quando se submete ao serviço do país mais poderoso e atua como seu agente burocrático. Lhe falta integridade quando salta as normas da OEA, usa de propósito informação falsa. Carece também de imparcialidade quando, sem escrúpulos, utiliza recursos desta organização para impulsionar uma campanha contra a Venezuela", afirmou.
A chanceler também destacou que Almagro tem dedicado ao longo de dois anos, 21% de suas mensagens na red Twitter na campanha internacional contra a Venezuela.
Segundo ela, a OEA somente está a serviço da potência militar mais poderosa do mundo, Estados Unidos, e por isso está contra os povos soberanos.