Durante a tarde e a noite da última quarta-feira, milhares de camponeses e camponesas realizaram atividades reinvindicativas em Assunção.
Sob o lema "Sem reforma agrária não haverá paz", os movimentos populares do campo e de toda a sociedade que respaldam a proposta de reforma no campo protestaram contra os interesses dos políticos representantes da oligarquia paraguaia, que só pensam em dar continuidade aos seus mandatos para garantir as vontades de seus patrões.
Também pediram a destituição do presidente Horacio Cartes, empossado após um golpe de Estado parlamentar em 2012.
"A luta pela terra é a luta pela pátria. A guerra grande continua", expressou a FNC em um comunicado. "Porque reforma agrária é soberania, é recuperar nosso território, é produzir para o povo. Porque o latifúndio e este modelo de produção geram pobreza, atraso, migração, falta de emprego", continuou.
O movimento afirma ainda que a marcha "traz sua organização, sua luta e sua conquista, para que juntos transitemos um caminho que nos conduza a construir poderes populares, em direção a uma pátria nova sem violência e com justiça".
A marcha concluiu no centro de Assunção na noite desta quarta-feira, após ter iniciado desde diversos assentamentos camponeses em várias partes do país na última terça-feira (28).
O Paraguai é o país que apresenta a maior concentração de terras em todo o mundo. Apenas 2,6% dos proprietários detém 85% da terra cultivável do país.
Repressão e assassinatos são comuns no campo paraguaio, perpetrados pelas forças de segurança públicas e privadas a mando de latifundiários, que têm grande influência dentro do governo.