"Fizemos por dignidade, pela pátria, para proteger a paz, a estabilidade da Venezuela contra os abusos, desvios de poder, ilegalidades, vicissitudes", declarou em coletiva de imprensa em Caracas, afirmando que a ação rompeu com a doutrina Monroe da América para os americanos.
"Hoje amanhecemos mais livres, mais independentes (...) rompemos as correntes do monroísmo. Hoje marcamos com profundidade e consolidação o projeto bolivariano", reiterou.
O secretário-geral da OEA, Luis Almagro, e um grupo de governos da região –como Argentina, Peru e Brasil– vêm promovendo uma campanha ingerencista contra a Venezuela, caracterizada pelo "ódio e a intolerância política e ideológica do modelo bolivariano".
"Muito se tem dito sobre a situação da Venezuela. Tratam de criar fatos que justifiquem a intervenção sobre a Venezuela. Violaram toda a legalidade desta organização", denunciou.
Delcy Rodríguez afirmou que os ataques internacionais têm o objetivo de conseguir a "destruição do modelo bolivariano" que "hoje serve de escudo para muitos povos do mundo", e a pretensão de "se apropriar dos recursos do país".
"Saímos de um espaço que foi instrumentalizado pelo país hegêmonico, pelos centros de poder estadunidenses para submeter os povos e os governos da região aos seus desígnios", ratificou.
Disse também que na região está sendo formada uma força para "impedir e sabotar" os mecanismos reais de integração na América, e se referiu a intenção de suspender a Venezuela do Mercado Comum do Sul (Mercosul).
"Há uma conflagração da Tríplice Aliança (Brasil, Argentina e Paraguai) para desconhecer os tratados internacionais, e com esse golpismo vieram para a OEA", alertou.
A ministra acusou a chanceler argentina, Susana Malcorra, que ocupa a presidência pro tempore do bloco, de atacar a essência do multilateralismo.
Diálogo
Rodríguez também informou que um grupo de países vai participar do processo de diálogo nacional promovido pelo Executivo.
Os países serão conhecidos na reunião extraordinária de ministros das Relações Exteriores da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), que será realizada no dia 2 de maio em San Salvador.
"Entre irmãos latino-americanos e caribenhos a Venezuela levará e apresentará um grupo de países que farão parte do diálogo no país", acrescentou.
Nesta reunião solicitada pelo país com caráter de urgência, o governo bolivariano vai apresentar as provas das ameaças realizadas por grupos violentos da direita para impedir o direito de viver em paz na Venezuela.