O subsecretário adjunto de Estado dos EUA para Assuntos do Hemisfério Ocidental, Michael Fitzpatrick, principal promotor das ações ingerencistas contra a Venezuela , disse que essa iniciativa é uma manobra do presidente Maduro para "ignorar a vontade do povo".
Fitzpatrick, citado pela agência EFE, disse que estas ações constitucionais poderiam "nos dar novas razões para considerar mais sanções a indivídulos sob a Lei para a Democracia na Venezuela de 2014", o que viola mais uma vez os direitos internacionais de soberania e autodeterminação dos povos.
Já o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, compartilhou um vídeo no Twitter – rede social que Almagro utiliza para a campanha internacional contra a Venezuela –, para afirmar que a convocação do processo constituinte "anuncia agora o fim da Constituição de Chávez e de seu legado".
No vídeo, Almagro se refere ao artigo 347 da Constituição, que estabelece que "o povo da Venezuela é o depositário do poder constituinte originário", para alegar que a única instância que pode convocar o processo constituinte é a cidadania.
No entanto, Almagro não menciona o artigo 348 da Carta Magna, que estabelece que a iniciativa da convocação da Constituinte "poderão tomá-la o Presidente ou Presidenta da República no Conselho de Ministros; a Assembleia Nacional, mediante acordo das duas terceiras partes de seus integrantes; os Conselhos Municipais em "cabildo", mediante o voto das duas terceiras partes dos mesmos; ou quinze por cento dos eleitores inscritos e eleitoras inscritas no Registro Civil e Eleitoral".
Também não se refere ao chamado feito pelo presidente Maduro a setores da oposição para uma reunião com o objetivo de explicar os passos do processo constituinte.
O mesmo roteiro é reproduzido pelo chanceler do Brasil, Aloysio Nunes, que considerou o processo constituinte como "um golpe". No Brasil a direita articulou um golpe parlamentar em 2016 contra a presidenta Dilma Rousseff em 2016, desconhecendo a vontade de 54 milhões de brasileiros.