Os participantes desta votação ilegal vão assinar no final da consulta uma "ata de compromisso", em que aceitam ser co-responsáveis por desobedecer os Poderes Públicos, supostamente amparados nos artigos 333 e 350 da Constituição da República.
Embora a coligação opositora insiste em que protegerá os dados de cada simpatizante, o documento servirá "como demonstração de quem participou deste ato de rebeldia cidadã", afirmou o dirigente Stalin González.
Entrevistado pela Unión Radio, o deputado afirmou que este plebiscito "dá legitimidade ao povo venezuelano para seguir se manifestando", referindo-se à chamada Hora Zero, uma nova fase de ações subversivas dentro do plano sedicioso da oposição, que deixou em três meses mais de 90 falecidos e mais de 1.500 feridos.
O dirigente opositor reconheceu que não tem condições de evitar que se vote mais de uma vez, embora o primeiro boletim que será divulgado informará a quantidade de pessoas que participaram e , somente depois, será realizado um cruzamento de dados para saber quem participou mais de uma vez.
Este plebiscito contará com pouco mais de 2.000 pontos —equivalentes a 14% da capacidade do Conselho Nacional Eleitoral, que conta com mais de 14 mil centros de votação— sem mecanismos que permitam conferir a identidade do participante, que poderá votar onde quiser.
A confiabilidade do processo está garantida pela "honestidade das pessoas", segundo González; cinco reitores de universidades que mostram abertamente sua militância opositora e a queima dos cadernos de votação, embora os dados manuais da consulta serão digitalizados.
A atividade proselitista do domingo antecede uma campanha eleitoral realizada por sua própria entidade organizadora, a MUD, que chama seus simpatizantes a apoiar os ataques contra a Assembleia Nacional Constituinte, os chamados à Força Armada Nacional Bolivariana (FANB) para dar um golpe de Estado e realizar eleições gerais, figura que não existe na atual Constituição.