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Diário Liberdade
Sexta, 14 Julho 2017 17:19 Última modificação em Terça, 18 Julho 2017 16:43

Venezuela: falta de transparência e mecanismos de coerção marcam plebiscito da oposição

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País: Venezuela / Reportagens / Fonte: AVN

Sem métodos para evitar que se vote mais de uma vez, dualidades na proteção dos dados e a assinatura de uma ata para comprometer seus simpatizantes com a agenda insurrecional, a chamada Mesa da Unidade (MUD) vai realizar no próximo domingo um plebiscito para iniciar uma nova fase do seu plano contra as estruturas do Estado.

Os participantes desta votação ilegal vão assinar no final da consulta uma "ata de compromisso", em que aceitam ser co-responsáveis por desobedecer os Poderes Públicos, supostamente amparados nos artigos 333 e 350 da Constituição da República.

Embora a coligação opositora insiste em que protegerá os dados de cada simpatizante, o documento servirá  "como demonstração de quem participou deste ato de rebeldia cidadã", afirmou o dirigente Stalin González.

Entrevistado pela Unión Radio, o deputado afirmou que este plebiscito "dá legitimidade ao povo venezuelano para seguir se manifestando", referindo-se à chamada Hora Zero, uma nova fase de ações subversivas dentro do plano sedicioso da oposição, que deixou em três meses mais de 90 falecidos e mais de 1.500 feridos.

O dirigente opositor reconheceu que não tem condições de evitar que se vote mais de uma vez, embora o primeiro boletim que será divulgado informará a quantidade de pessoas que participaram e , somente depois, será realizado um cruzamento de dados para saber quem participou mais de uma vez.

Este plebiscito contará com pouco mais de 2.000 pontos —equivalentes a 14% da capacidade do Conselho Nacional Eleitoral, que conta com mais de 14 mil centros de votação— sem mecanismos que permitam conferir a identidade do participante, que poderá votar onde quiser.

A confiabilidade do processo está garantida pela "honestidade das pessoas", segundo González; cinco reitores de universidades que mostram abertamente sua militância opositora e a queima dos cadernos de votação, embora os dados manuais da consulta serão digitalizados.

A atividade proselitista do domingo antecede uma campanha eleitoral realizada por sua própria entidade organizadora, a MUD, que chama seus simpatizantes a apoiar os ataques contra a Assembleia Nacional Constituinte, os chamados à Força Armada Nacional Bolivariana (FANB) para dar um golpe de Estado e realizar eleições gerais, figura que não existe na atual Constituição.

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