Esta é a sexta ocasião nos últimos três meses, que um grupo de governos tenta aprovar um comunicado sobre a Venezuela.
Desta vez, a moção encontrou seu mais baixo apoio entre os países do hemisfério.
Apesar das pressões exercidas pelos governos dos Estados Unidos, Canadá e do próprio secretário-geral, ao manifestar sua preocupação pela situação, a grande maioria dos estados reiteraram a decisão de seus governos de respeitar a soberania venezuelana, evitar a intervenção nos seus assuntos internos e recomendar o diálogo como única via para superar a atual confrontação política.
Na sessão do Conselho Permanente da OEA, onde o Brasil assumiu a presidência pro tempore, o representante do Panamá leu uma proposta de declaração que finamente obteve o apoio de treze países: Colômbia, México, Chile, Argentina, Estados Unidos, Canadá, Honduras, Guatemala, Peru, Paraguai, Costa Rica, Jamaica e Brasil.
No documento, estes países reiteram suas críticas ao governo venezuelano, propõem a criação de um grupo de países para "mediar" o conflito interno; legitimam os resultados da ilegal e fraudulenta consulta opositora do dia 16 de julho, e exigem ao governo do presidente Maduro, retirar a proposta da Assembleia Constituinte.
O texto, claramente ingerencista, foi rechaçado pela maioria das nações, entre elas, os membros da Comunidade dos Estados do Caribe (CARICOM) que reiterou a posição assumida pelos chefes de Estado do Caribe no começo de julho.
Os governos caribenhos disseram que têm esperanças no avanço das gestões do CARICOM para apoiar a paz e o entendimento entre os venezuelanos.
Na sessão do Conselho Permanente da OEA, a representação da Venezuela rechaçou com veemência esta nova tentativa de violar sua soberania, com a interferência em assuntos que somente são do interesse do povo venezuelano -como a Assembleia Nacional Constituinte-, e repudiou a tentativa de estabelecer mecanismos de tutela sobre a democracia venezuelana, que violam os princípios do direito internacional, a Carta das Nações Unidas e a própria Carta da OEA.
Na sessão, a Venezuela também denunciou o plano recentemente revelado pelo diretor da Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos, Mike Pompeo, que demonstra sua ativa participação para derrubar o governo do presidente Maduro.
O Estado venezuelano questionou a atitude ingerencista dos governos da Colômbia e México ao vincular-se àS atividades conspirativas organizadas pelos governos dos Estados Unidos, através da CIA.