A presidenta do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), Tibisay Lucena, condenou o governo norte-americano por tentar novamente desconhecer a legitimidade "de um processo eleitoral a partir de seus interesses políticos e impor fórmulas para a dominação em nosso país".
Com este tipo de pronunciamento - disse - o governo estadunidense demonstra que desconhece "todas as garantias para o exercício do voto na Venezuela, em que estão incluídas as mais de 14 auditorias que foram realizadas para este evento, como se sabe, participaram todos os atores políticos que competem nestas eleições".
Lucena considerou falsa a preocupação deste país sobre as eleições venezuelanas e repudiou que potências estrangeiras tentem impor "a velha espécie da observação internacional, que eles consideram independente", figura que foi eliminada há mais de 10 anos e substituída pela presença do acompanhamento internacional e nacional.
"Este programa de acompanhamento internacional é verdadeiramente independente, sobretudo, dos mecanismos para a dominação dos sistemas eleitorais de nosso hemisfério, como os diferentes governos deste país do norte estão acostumados a impor", afirmou.
Quadro de substituições
O CNE também anunciou que publicará o quadro de substituições de candidatos para as eleições regionais a fim de desmontar as falsas matrizes promovidas por atores politicos.
O Poder Eleitoral estabeleceu como o fim do prazo para este trâmite o dia 16 de agosto. A decisão foi confirmada após uma sentença do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), sobre o período de substitução de candidaturas, que ratifica a potestade do CNE de estabelecer esse processo em qualquer momento compreendido entre o fim das postulações e dez dias antes das eleições.
Lucena condenou os ataques ao processo eleitoral através da manipulação informativa sobre o processo de realocação dos centros de votação. Após os atos de violência às vésperas da eleição da Assembleia Nacional Constituinte (ANC), no dia 30 de julho, "anunciamos em reiteradas oportunidades que seriam eliminados estes centros, que foram atacados ou onde se impediu sua abertura" para garantir a segurança dos eleitores e normal desenvolvimento do processo.
"Manipularam sobre um fato conhecido por todos", afirmou a presidenta do CNE, que explicou que para as eleições deste domingo estão disponíveis 13.559 centros de votação, dos quais foram realocados somente 203 em todo o país por causa da violência, "o que representa apenas 1,5 % do total de recintos eleitorais aptos em todo o país".
"Novamente se trata de mentiras contra votos, da violência contra a paz que forjamos com a participação de todos os cidadãos deste país, que são os únicos depositários de nossa lealdade. Não serão governos estrangeiros, cujos países cada vez votam menos gente e cada vez há mais exclusão no registro eleitoral por causa da cor da pele e condição social, que deem lições de democracia para a Venezuela".