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Diário Liberdade
Terça, 20 Fevereiro 2018 19:03 Última modificação em Segunda, 26 Fevereiro 2018 12:49

Se a “ditadura” é na Venezuela, a tortura e o assassinato de dirigentes sindicais é na Colômbia

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País: Colômbia / Repressom e direitos humanos / Fonte: Causa Operária

Embora já dure décadas, a atual fase do permanente e histórico desastre humanitário que assola a Colômbia jamais teve lugar de destaque na imprensa internacional ou na brasileira em particular. Dentro da Colômbia existem cerca de 7 milhões de refugiados internos. Fora da Colômbia vivem 300.000 refugiados que estão na maior parte na Venezuela e no Equador, de acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (UNHCR). No Brasil também vivem alguns refugiados colombianos, fato que raras vezes é mencionado na nossa imprensa que quando o faz é de maneira extremamente discreta.

Em sua quase totalidade a tragédia colombiana deve-se à sua estreita aliança com os Estados Unidos. No final de 2009, a Embaixada dos Estados Unidos em Bogotá, num cabograma vazado para o Wikileaks, reconhece de passagem estimativas que davam conta da existência de centenas de milhares (257.089 registrados) de assassinatos cometidos por grupos paramilitares de extrema direita e que como consequência alguns grupos indígenas encontravam-se à beira da extinção. Os números são recordes mesmo na América Latina. Em 2012 a organização Human Rights Watch (HRW) relatou que tais grupos continuavam a atuar em conjunto com as forças Armadas da Colômbia que por sua vez recebem apoio total do governo norte-americano. Em 2014 o Chefe de Gabinete do governo dos Estados Unidos, John Kelly, referiu-se aos militares da Colômbia como “parceiros magníficos dos Estados Unidos” que se mostravam altamente “agradecidos pelo que os Estados Unidos fizeram por eles”.

O atual presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, foi Ministro da Defesa no período entre 2006 e 2009. De 2002 a 2008 cerca de 3.000 pessoas foram assassinadas pelos militares colombianos. A questão foi levada à Corte Penal Internacional (ICC) que concluiu pela responsabilidade dos mais altos escalões das forças armadas o que caracteriza uma “política de estado”. A probabilidade de que a manifestação da ICC tenha algum efeito prático é praticamente nenhuma mas tem seu valor de denúncia.

Enquanto o drama colombiano se desenrola sem merecer maior atenção a Venezuela, à qual nem mesmo os atiçadores internacionais ou domésticos apontam qualquer caso concreto de violência estatal, é retratada como o inferno cujas chamas precisam ser apagadas com a água benta do imperialismo.

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