Segundo dados preliminares do Poder Eleitoral, cerca de 7,3 milhões de cubanos participaram das eleições da Assembleia Nacional do Poder Popular e das Assembleias Provinciais. O número representa 82,9% dos eleitores. Mais de 8,9 milhões de cubanos estavam habilitados a votar.
A presidenta do órgão alertou que os números divulgados ainda são dados prévios e o podem mudar quando todos os votos forem processados. “Permitiu-se pela primeira vez que as pessoas que estivessem fora de seu domicílio eleitoral pudessem votar. Esses votos ainda não foram processados”, explicou Alina Balseiro. Na última eleição nacional, em 2013, os dados finais do CEN apontaram uma participação de 89% da população votante.
Outro dado divulgado pela presidenta mostra que os votos brancos diminuíram. Na eleição de 2013 foram 4,66% e esse ano foram 4%. Os votos nulos somam 1% e se manteve estável.
Apesar do voto não ser obrigatório, os processos cubanos registram participação eleitoral acima da média dos países do continente Americano. Na Colômbia, por exemplo, que também realizou eleições para o Congresso no último final de semana, o índice de participação ficou em 45%, segundo dados divulgados pela imprensa colombiana, na segunda-feira (12).
Composição do parlamento
Dos 605 deputados eleitos no último domingo, cerca de 53% são mulheres, o que converte a Assembleia Nacional cubana no segundo parlamente com mais mulheres eleitas, depois da Bolívia.
Além disso, 40,6% dos parlamentares possuem menos de 50 anos e 13% são jovens de menos de 35 anos. A composição racial também é uma das mais democráticas da América Latina. Cerca de 59,5% do parlamento eleito é branco e 40,5% negro e pardo.
Em entrevista exclusiva ao Brasil de Fato, a presidenta do CEN destacou o caráter popular e participativo das eleições legislativas cubanas. “Para entender a composição da Assembleia Nacional é preciso entender também o sistema eleitoral cubano. A seleção dos candidatos que participam das eleições nacionais começam na base, com uma assembleia de vizinhos. Isso envolve a participação do povo desde a primeira etapa”, destacou Balseiro.
De acordo com a presidenta da Comissão Eleitoral, a população participa de todas as etapas do processo eleitoral, incluindo a escolha dos candidatos.
“Pelo menos 47% dos deputados eleitos são fruto das assembleias dos núcleos de base de cada bairro. O que quero dizer é que isso flui de forma autônoma. Não existe nenhum tipo de pressão, tudo é feito de forma voluntária. As pessoas escolhidas nesses espaços são a própria representação do povo”, ressaltou a funcionário do Estado cubano, Alina Balseiro.
As eleições cubana são realizadas em três etapas. A primeira foi em novembro do ano passado, quando os delegados dos núcleos de base foram eleitos. Quase a metade dos candidatos a parlamentares saíram dessa primeira etapa. No último domingo foi a segunda etapa, com a eleição dos deputados Assembleia Nacional do Poder Popular e dos 1.200 delegados das 15 Assembleias Provinciais (estados). E a terceira e última etapa será realizada em abril, com a eleição do Conselho de Estado da Assembleia Nacional e do presidente do Conselho, que também será o presidente do país.