Em seu artigo 5, o texto submetido, de 13 de agosto a 15 de novembro, a uma consulta popular, estabelece que “O Partido Comunista de Cuba, único, martiano, fidelista e marxista-leninista, vanguarda organizada da nação cubana, sustentado em seu caráter democrático e na permanente vinculação com o povo, é a força dirigente superior da sociedade e do Estado”.
A imensa maioria dos habitantes da maior ilha das Antilhas assume e respalda esse conceito, que também é objeto de análise e debate por estes dias, nos quais, nos centros de trabalho e estudo, assim como na comunidade, se expressam com liberdade opiniões e propostas em torno do projeto de nova Carta Magna.
Para alguns, o papel dirigente deveria limitar-se ao político, enquanto outros – com boas intenções ou não – apelam para um pluripartidarismo que a Ilha viveu antes da Revolução de 1° de janeiro de 1959.
“As pessoas têm o direito de defender o que pensam da Constituição; para isso é a consulta. Porém, para nós que vivemos essa época de politicagem, corrupção, individualismo e promessas descumpridas para o povo que sofria, é difícil falar do regresso a tal cenário”, comentou ao Prensa Latina Manuel Rodríguez, um aposentado de 77 anos.
Por sua parte, a estudante Gabriela González advertiu que qualquer análise sobre o ordenamento político, econômico e social de Cuba deve ter em conta o cerco que vive o país desde o próprio triunfo revolucionário, com o bloqueio dos Estados Unidos como o componente mais conhecido e repudiado. “O desenvolvimento do país, o bem-estar de seus habitantes e a tranquilidade cidadã não são filhos do pluripartidarismo. Assim, só o defendem aqueles que pretendem nos enganar e nos fazer apaixonar com cantos da sereia para dividir e destruir”, precisou.
De acordo com a vice-presidenta da Assembleia Nacional do Poder Popular, Ana María Mari Machado, o Partido Comunista de Cuba é garantidor da construção da pátria socialista, a qual aspira a nação caribenha. Segundo declarações à emissora Radio Reloj, publicadas pelo portal digital da Assembleia Nacional, a integrante da comissão parlamentar encarregada de redigir o projeto de nova Constituição afirmou que “mais de um partido desune e rompe a integridade de todos”.
“Nosso partido não é eleitoral, mas representa a vanguarda do povo e não está acima deste. É símbolo de sua unidade e nele se agrupam os melhores representantes das massas”, assinalou Mari Machado.
A propósito do tema e da celebração do 92° aniversário do líder histórico da Revolução Cubana, Fidel Castro (1926-2016), muitos recordam a vigência de suas palavras quando expressou: “O partido é hoje a alma da revolução”.
Também se ressalta que o Partido Comunista é continuador do Partido Revolucionário Cubano fundado por José Martí em 1892, para alcançar a independência da Ilha e criar uma república com todos e para o bem de todos.