Chávez, com a Constituição Bolivariana, assume a decisão política de uma nova relação dinamizadora econômica: distribuir justamente, expandir a demanda, gerar produção e, com isso, crescimento econômico sustentado. Nessa nova relação econômica, o salário é peça fundamental da luta pelo investimento social estatal.
Hoje, de fato, a luta pelo salário não pode ser senão imediatamente política, geral e igualitária. O terreno privilegiado sobre o qual se movimenta é o do gasto público, o da reprodução total autovalorizante do proletariado (Negri).
Sufoco, asfixia e cerco econômico desde o exterior e, no plano interno, demolição do sistema. Assim, obrigam o Estado Social a desnaturalizar-se, não redistribuindo de forma equitativa e justa a riqueza, gerando miséria e desigualdade novamente.
O FMI, os Abutres investidores, o Cartel de Lima, todos eles cúmplices do bloqueio dos EUA, atacam a moeda, pulverizam o salário, destroem os contratos salariais e o trabalhador, vítima de exploração e hiper especulação nos preços de bens e serviços. Concentram a renda, produzindo desigualdade social sobre a qual se reconstrói a hierarquização vertical do poder (Negri).
Terras e recursos são dos venezuelanos. Por que estamos nesta situação? Convencem-nos de não sermos donos de abundantes riquezas, mas sim mendigos necessitados de assistência humanitária, enquanto aqueles que negociam, cúmplices de piratas e jogadores, saqueiam a nação.
É uma guerra contra os venezuelanos, onde se desrespeita todo contrato, gerando servidão e escravidão, liquidando a soberania e a liberdade. A lógica de conservar o fraco equilibrio do poder na base de uma frágil paz, correndo o risco de perder apoio popular e terminar igual: em mãos da voracidade do capital.
O Estado venezuelano deve proteger o "débil jurídico" (no Brasil usa-se o termo hipossuficiente), evitar a imposição de um regime de administração de migalhas e enfrentar e castigar os cupins, traidores e piratas anglo-sionistas, que destruindo a produção de riquezas e sua distribuição equitativa, cometem crimes de lesa-pátria.
Devemos tornar transparente o que ocorre com nossos bens e serviços mediante sistemas de controle adequados e proteger antes de tudo, a política pública expressada em subsídios e salários dignos, não em migalhas. Transparência e honestidade ou corrupção e destruição do Estado-Nação: esse é o nosso dilema hoje.
(*) Advogada constitucionalista venezuelana, integrante da Assembleia Nacional Constituinte (ANC).