A descoberta produziu-se em terra, na zona norte das províncias de Matanças e Vila Clara. O jazigo encontra-se entre os 2.000 e os 3.500 metros de profundidade, segundo informações da empresa petroleira australiana.
A informação, que ainda não foi comentada pelo governo cubano, confirma a existência de 8,2 mil milhões de barris de petróleo no local, na zona do Campo Montebo, o primeiro campo petroleiro comercial em Cuba, com uma produção histórica em torno dos 6 milhões de barris de petróleo a 60 API. O local tinha sido selado em 1960, sendo que a nova prospeção confirma a existência de importantes reservas ainda presentes lá.
A notícia não podia ser mais oportuna, pois acontece quando se começam a reduzir os envios de crude venezuelano e se tomam medidas de poupança de até 30% por causa da escasseza. Cuba só podia até agora atender metade das suas necessidades de crude com reservas nacionais de má qualidade, importando o resto da Venezuela, que começava agora a reduzir os envios devido à crise internacional e a sua influência na queda dos preços do petróleo.
O diretor de MEO Austrália, Peter Stickland, afirmou que "só há um punhado de locais no mundo onde as companhias de petróleo e gás podem encontrar oportunidades de exploração em terra deste tamanho em zonas petrolíferas provadas, próximas a infraestrutura existente", agregando que "algumas oportunidades de perfuração podem ser maduradas de forma rápida". Assim sendo, a extração poderá começar no ano 2018.
Também no mar, Cuba discute com os EUA e México a exploração conjunta, em águas territoriais dos três paises, reservas "enormes" de petróleo e gás, numa área de 20.000 km². Isso explicaria que Obama situasse a cooperação petrolífera no início do discurso. O jazigo marítimo fica no Golfo do México. As conversas entre os três governos já estão em andamento.
É claro que a notícia tem impacto político, uma vez que poderá levar pressão ao setor que no Congresso norte-americano impõe a manutenção do bloqueio econômico contra Cuba. Até agora as prospecções de Havana em suas águas territoriais se realizaram com plataformas especiais, que têm menos de 10% de peças norte-americanas, tal e como exige o bloqueio. Inclusive servidores públicos de Washington realizaram inspeções na plataforma para assegurar-se de que se cumpria tal exigência.
Na atualidade extrai em seu território uns 80 mil barris diários, mal a metade do petróleo que precisa e o cru que obtém é muito pesado, só serve para as termoelétricas, que foram adaptadas pelos engenheiros cubanos. O resto chegava da Venezuela, com condições de pagamento preferenciais. No entanto, a queda dos preços internacionais obrigou Caracas a desviar para o mercado internacional parte do que entregava a Havana.
Com informações de Publico.es