Os discursos do comandante Ivan Marquez, em nome da delegação das FARC, e de Humberto de la Calle, chefe da delegação do governo, foram ambos otimistas.
Mas o conteúdo do Acordo-um documento de quase 300 paginas- no justifica esse otimismo.
O texto aprovado inclui 56 dos 57 temas cuja revisão era exigida pelos defensores do Não, liderados por Álvaro Uribe.
O comandante Ivan Marquez sublinhou que se mantêm «a estrutura e o espírito» do anterior.
A conclusão deturpa a realidade. Insistiu na esperança de uma «reconciliação nacional» que na realidade não se esboça no horizonte.
É transparente que a situação das FARC na mesa das negociações era muito difícil. Os problemas que enfrentam agravaram- se nas últimas semanas apos a concentração dos guerrilheiros das várias Frentes nas zonas estabelecidas pelo Acordo de Paz.
Na prática, das principais conquistas obtidas pelas FARC – EP em cinco anos de negociações somente restou uma. Os guerrilheiros podem agora intervir sem restrições na vida política do pais, através de um futuro partido.
Segundo o Presidente Juan Manuel Santos, não haverá novo plebiscito. É suficiente que o Acordo Definitivo seja aprovado pelo Parlamento.
O fim do conflito armado era desejado pela esmagadora maioria do povo colombiano.
Mas é doloroso concluir que o objetivo central do programa de uma guerrilha marxista-leninista que durante meio século se bateu heroicamente pela transformação da Colômbia numa sociedade não capitalista, progressista e independente, não foi atingido.
OS EDITORES DE ODIARIO.INFO