1.-Bala
Rio de Janeiro tem fama de cidade perigosa. Devo dizer que foi lá onde por primeira vez me oferecêrom umha bala. Nom foi um narcotraficante de Cidade de Deus, nem um polícia do BOPE, senom umha amável velhinha que com voz cándida repetia, -tem certeza que você não quer umha bala? Eu, medonho e brincalhom, respondim -certeza absoluta! Bala é, na variedade brasileira, um doce que no português europeu é denominado rebuçado.
Foi Cartola, operário carioca e um dos maiores sambistas da história, quem comparou o mundo com um moinho: “Vai triturar teus sonhos, tão mesquinho, vai reduzir as ilusões a pó” advertia com toda a dureza e sinceridade de quem cresceu e morreu pobre.
No bairro de Monte Alto, na Corunha, pertinho do farol mais antigo do mundo, há umha loja bizarra. Vista de fora, parece sapataria. Ao entrar é banca de jornal e padaria. Aliás, estantes com comestíveis outorgam-lhe patente de mercearia.
“O primeiro segredo, revelo-o já: a palavra saudade, afinal, não é só nossa. (...) Partilhamo-la pelo menos com os brasileiros -e até com os galegos (se alguém a inventou, foram esses nossos vizinhos do Norte)”.
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