Em suas palavras "A responsabilidade vai ser analisada pela força-tarefa que realiza a investigação, mas o presídio é terceirizado. De cara, basta verificar que houve falhas da empresa. Não é possível que entrem armas branca e de fogo na unidade prisional’’.
O texto afirma que a atuação da empresa nas oito unidades que gere no Amazonas e no Tocantis está dentro dos limites para empresa privadas de acordo com Lei de Execução Penal.
Frente a este problema, Temer marcou para a manhã desta quarta feira um encontro com os deputados da ’’Bancada da Bala’’. O grupo vai apresentar suas ideias para responder à crise do sistema penitenciário. A principal proposta é a criação do Ministério da Segurança Pública.
Numa conversa prévia com Rodrigo Maia, os parlamentares estiveram no Planalto para expor esta sugestão. Maia disse ser simpático à causa e lembrou que o próprio Temer já foi secretário de Segurança de São Paulo e já defendeu anteriormente a criação de um ministério específico para o setor. De acordo com o Agora, nos anos 80 e 90, Temer ocupou a pasta de segurança em São Paulo chegando a defender a ’’Rota na rua’’.
A serviço do que está a repressão?
A crise no sistema penitenciário que se abriu em torno do massacre no Amazonas, o Estado e as empresas gestoras do sistema prisional, apesar de discutir de quem deve ser a responsabilidade da repressão, ambas concordam que a saída para o problema da segurança é reprimir a população pobre que está dentro e fora dos presídios. Na verdade, ambas as partes propõem a velha formula que é incapaz de dar certo.
Qualquer pacote de ’’segurança’’ do Estado não pode garantir a segurança de ninguém, sendo apenas mais um pretexto para aumentar a repressão contra os trabalhadores e os demais setores populares da sociedade. Vale a pena lembrar que quem está por trás da proposta do Ministério da Segurança é a bancada da bala, que tem a intenção de ganhar mais influência dentro do governo golpista para destilar o seu ódio contra a população pobre, mas também para favorecer as empresas armamentistas e de segurança que financiaram as suas respectivas campanhas.
A mesma polícia que manda a juventude negra para as prisões é a que reprime o professor da rede pública na sua luta em defesa da educação pública, reprime os trabalhadores em greve e a juventude nas ruas em defesa de seus direitos. Em tempos de crise econômica e medidas impopulares, o governo precisa se preparar contra qualquer resistência que virá por parte dos trabalhadores e fortalecer a repressão é fundamental para garantir que os ataques sejam implementados.
A saída para combater a violência social é mais educação pública de qualidade, trabalho digno, acesso à cultura, lazer e direitos sociais. Somente os trabalhadores de forma independente, através de sua luta, podem garantir o mínimo para que a maioria da sociedade possa viver dignamente.