No dia 27 de março, durante reunião realizada em São Paulo, os representantes das nove centrais presentes finalmente chegaram a uma data consensual para a realização de uma paralisação nacional. Foi aprovada uma convocatória unificada: “Dia 28 de abril, vamos parar o Brasil”! Diante das devastadoras contrarreformas – previdenciária e trabalhista – propostas pelo governo federal e da aprovação do PL 4302 (ampliação das terceirizações), votado pela Câmara na semana anterior, até mesmo os dirigentes sindicais mais íntimos do Palácio do Planalto foram obrigados a avalizar esta iniciativa comum.
Os atos massivos de 15 de março demonstraram a grande insatisfação do proletariado e dos setores populares em geral contra as políticas de Temer, aprofundando cada vez mais o dilema dos pelegos: mostrar serviço ao governo e à patronal ao mesmo tempo em que procuram parecer combativos para as suas bases.
Apesar das contradições instaladas na cúpula do movimento sindical, centenas de milhares de trabalhadores devem paralisar suas atividades para lotar as ruas do país em 28 de abril. A agudização da crise econômica, política e social vem acirrando a luta de classes. Os “ajustes” do governo federal aumentam o descontentamento das massas, dificultando as manipulações ideológicas da burguesia e suas mais diversas tentativas de conter a luta dos trabalhadores. Cresce a rejeição popular contra as propostas de destruição da previdência social e da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho).
Neste momento, os setores classistas do movimento sindical têm duas tarefas prioritárias: a primeira, sem dúvida, é ampliar sua presença junto às bases, discutindo em cada local de trabalho o significado das contrarreformas e a importância estratégica de construir a greve geral. É preciso desmascarar de uma vez por todas o discurso do empresariado e seus representantes políticos.
As terceirizações representam uma enorme volta ao passado em termos de direitos trabalhistas, reduzindo salários, aumentando jornadas, piorando as condições de trabalho e eliminando a estabilidade; a reforma trabalhista ameaça as férias, o horário de almoço, entre outros direitos; a reforma da previdência torna a aposentadoria integral praticamente impossível para a maioria dos trabalhadores.
Além de contribuir decisivamente para defender os direitos históricos dos trabalhadores e derrotar Temer, o campo classista deve disputar os passos seguintes. Ao longo deste processo, alguns setores vêm antecipando as eleições de 2018 e difundindo ilusões no sentido de canalizar a luta para o restabelecimento de um governo de conciliação. Tal perspectiva deve ser desmascarada. O futuro da nossa classe está em jogo, portanto não temos o direito de insistir nos mesmos erros.
Trata-se de barrar os ataques do capital e reorganizar a classe trabalhadora. É necessário superar a fragmentação do campo sindical classista e a perspectiva da conciliação. A Unidade Classista acredita que poucos momentos são tão propícios para avançar neste sentido como o que estamos vivendo agora. Não há espaço para vacilações.
Vamos construir a greve geral, derrotar as contrarreformas e preparar um grande Encontro Nacional da Classe Trabalhadora!
Coordenação Nacional da Unidade Classista