Os grandes atos de março já mostravam essa tendência. Foram os maiores desde os as manifestações contra o impeachment de Dilma Rousseff, talvez maiores. Faltava um elemento, que aparecia apenas de forma latente na situação: a mobilização da classe operária.
A Greve Geral do dia 28 de abril é um lampejo dessa mobilização, a classe que por muitos anos não via uma grande mobilização dá sinais de despertar. A CUT e os sindicatos realizaram a maior Greve Geral em pelo menos 20 anos. Ainda que o caminho para um ascenso da trabalhadores exija algumas etapas de mobilização, não há dúvidas que a greve do dia 28 foi um passo importante nesse sentido.
A greve e a mobilização, que atingiu todos os ramos da produção, se impuseram apesar da campanha negativa da imprensa golpista e das tentativas da direita de caluniar e atacar os sindicatos, organizações populares e partidos de esquerda. Segundo a CUT, teriam sido 35 milhões de trabalhadores atingidos pela greve. Fato é que cidades como São Paulo pareciam feriado em plena sexta-feira.
Se a Greve Geral mostrou um poder de mobilização da classe operária através dos sindicatos e da CUT, o 1 de Maio revelou outra característica importante da situação política: a radicalização. Embora o ato não tenha sido tão massivo, o que é até certo ponto natural, alguns fatos do ato em São Paulo mostraram que o movimento está evoluindo para posições mais radicais contra a direita golpista. A CUT enfrentou a tentativa de João Doria de impedir o ato na Paulista, a repercussão positiva da ação dos militantes do PCO contra o MBL, que escorraçou os fascistas do ato, e as intervenções políticas do presidente da CUT, Vagner Freitas, e do presidente do PT, Rui Falcão, que defenderam a Greve Geral e a liberdade para os presos políticos do PT.
Essa radicalização mostra que as caravanas para Curitiba no próximo dia 10 serão massivas contra a prisão de Lula. Dependendo da mobilização, o ato em Curitiba pode marcar definitivamente a virada na situação política.