Na noite da última quarta-feira (17), o jornal O Globo informou que o mandatário teria concordado com o pagamento de propina ao ex-deputado Eduardo Cunha, colega de partido (PMDB), por parte dos proprietários do grupo de frigoríficos JBS, para que o já encarcerado político mantivesse segredo sobre esquemas ilícitos.
Av, Paulista agora há pouco
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Na mesma noite, centenas de pessoas se reuniram próximo à sede do governo, em Brasília, para pedir a renúncia de Temer.
Durante toda esta quinta-feira (18), com o fervor do noticiário e de políticos da oposição entendendo que este é o fim do governo Temer e uma pressão enorme contra o presidente, os movimentos sociais convocaram manifestações em diversas cidades para buscar a derrubada do regime.
Salvador nas ruas pelas #DiretasJá e #ForaTemer.
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Convocadas pelas Frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular, assim como por organizações sindicais, da juventude, partidos políticos de esquerda e por internautas nas redes sociais, as manifestações parecem ter tido a aderência de setores que não se identificavam com esses movimentos, mas por causa da indignação com escândalos de corrupção envolvendo o atual governo, decidiram sair às ruas para expressão sua insatisfação.
As denúncias, veiculadas pelo principal grupo de mídia informativa do país, as Organizações Globo, demonstram que a burguesia está claramente disposta a descartar Temer. A nova dimensão na qual a crise política foi inserida ainda é imprevisível e o presidente, que foi empossado após um golpe de Estado, poderá deixar o cargo a qualquer momento, embora tenha declarado que não pretende renunciar.
Passeata em Belém saiu de São Brás rumo a Praça da República. FOTO: Regiany Nascimento #DiretasJa https://t.co/kNVyvBEKU2 pic.twitter.com/tw7MloW0vo
— Brasil de Fato (@Brasil_de_Fato) 18 de maio de 2017
Caso isso se confirme, assumirá o cargo interinamente o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), aliado ao governo. Ele convocaria eleições indiretas em 30 dias, o que faria com que o Congresso elegesse o presidente da República, e não a população, e seu mandato duraria até o final de 2018, quando haverá eleições normais previstas na Constituição.
Diversas frações do movimento popular afirmam que esse novo acontecimento significa um golpe dentro do golpe, para que possam ser implementadas com maior rigor as reformas antipopulares e a repressão se intensifique, combatendo sem titubear a indignação dos trabalhadores.
As manifestações continuarão pelos próximos dias e se intensificarão até que Temer renuncie e que sejam convocadas eleições diretas, conforme anunciaram as organizações populares.
Porto Alegre nas ruas pela renúncia de Michel Temer e pelas #DiretasJá. #ForaTemer
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