Em uma eventual saída de Temer a eleição indireta é simplesmente inaceitável e toda a esquerda concorda com isso. A alternativa para isso é que precisa ser analisada minuciosamente e debatida de forma fraterna pois seus efeitos poderão ser sentidos por um bom período.
Se é ponto pacífico entre nós que o central da conjuntura é derrotar o ajuste fiscal e as suas contra-reformas saídas por dentro do regime podem acabar potencializando aquilo que tanto temos combatido no último período.
O regime agoniza em praça pública e não é nossa tarefa tentar reanimá-lo. Nesse sentido “Diretas Já” e “Eleições Gerais” podem até parecer mais palpáveis para serem defendidas mas estão longe de resolver nossos problemas e, pior: podem acabar alimentando o monstro do ajuste que tanto combatemos - em realidade a tendência seria essa mesma.
Não há saída fácil para a crise da República burguesa brasileira e o provável é que mesmo que se imponham saídas por dentro do regime a crise continue. Mas há um sentimento na massa muito forte de rejeição das instituições do regime. Nesse sentido apresentar para ela saídas institucionais que ela própria não acredita ser a solução dos seus problemas só nos trará mais descrédito e a conjuntura tem mostrado que este tem sido o destino daqueles que jogam para a institucionalidade a rejeição popular delas - vide o caso do enfraquecimento do Podemos na Espanha.
É hora de pensar em alternativas radicais (para fora das instituições carcomidas), anticapitalistas e antissistema. Defender um programa anti-ajuste e classista. Seguir apostando na mobilização desde baixo e principalmente lutar por uma nova greve geral - este poderoso instrumento da nossa classe capaz de derrubar governos, medidas impopulares e regimes inteiros.