Depois da greve geral do dia 28 de Abril e do ato do dia 10 de Maio em Curitiba contra a prisão de Lula, o governo Temer entrou em crise, que foi aprofundada pela ocupação de Brasília. Para a direita golpista, ele é muito impopular; não consegue aprovar as reformas contra o povo e conter a reação dos trabalhadores. Não serve mais ao golpe. Isso reflete uma crise interna da burguesia que, com o desenvolvimento do golpe e da reação trabalhadora, só vem se acentuando, e abre brecha para a atuação da classe operária na política.
Diante disso, a população não pode mais acreditar no sucesso de medidas parlamentares para barrar o projeto dos golpistas, vendo que, em Brasília, o governo se impôs pelo uso da força, apesar da imensa opinião contra ele. É necessário que a classe trabalhadora imponha uma derrota aos golpistas, pela força. A força dos trabalhadores está em parar a produção e forçar a mão da burguesia, no sentido do que foi feito no dia 24 de abril.
É necessário que as organizações dos trabalhadores organizem uma greve geral desta vez por dois dias para demonstrar seu repúdio ao golpe de estado. A greve deve apontar claramente seu objetivo, a greve de dois dias será mais um desenvolvimento rumo à greve geral por tempo indeterminado, isto é, parar o País até que as reivindicações dos trabalhadores sejam atendidas, até que o golpe seja derrotado.