O PT é um representante da esquerda e, diferentemente de todos os outros, é o que consegue mobilizar as massas populares, eleitoralmente, e em alguma medida em termos de mobilização de rua. É por isso o principal representante dos trabalhadores, independentemente dos limites de sua política de colaboração de classes.
A representação máxima do que é o petismo, é o ex-presidente Lula, principal liderança e o homem que comanda este apoio, e o próprio já disse que ele mesmo era a expressão da consciência dos trabalhadores. E Lula não está errado. O PT representa o atual estado de consciência dos trabalhadores.
Os políticos pequeno-burgueses, como os do PSOL, tentam fazer sua carreira sobre as críticas verbais ao lulismo e sua política de conciliação com a burguesia. Lula as responde sempre com o mesmo argumento: é possível que nós (o PT) ganhemos a presidência, mas é impossível que consigamos uma maioria no congresso sozinhos, portanto, temos que fazer alianças com setores da burguesia para governar.
Lula apresenta claramente um plano para governar, e toda organização que se preze deveria ter um entendimento de como chegar ao poder. O raciocínio deles é simples: “o caminho para o poder é a eleição, e não a revolução, para vencer eleição é preciso de dinheiro, portanto é preciso apoio de setores da burguesia, é preciso agradar tanto os trabalhadores quanto a burguesia (em diferentes medidas e na medida do possível) pois um detém os votos e outro o dinheiro, e finalmente para governar é preciso uma base no Congresso, que só será obtida por meio de alianças e acordos.”
A isso os políticos pequeno-burgueses dizem que “venceremos as eleições e não faremos acordos”, pode parecer mais progressista isto à política lulista, mas na verdade não é uma comparação válida, pois a política de Lula existe e pode acontecer, a dos políticos pequeno-burgueses não. Dentro do regime político atual, que nenhum dos dois busca alterar, é preciso a presidência e o congresso para governar.
Os mais esclarecidos podem e estão declarando que não se enganam com a política pequeno-burguesa e estão, pela experiência histórica, convencidos de que a política de Lula é incapaz de garantir as reformas na sociedade que tanto precisa o povo, estes são os que estão realmente buscando uma alternativa.
É necessário dizer que esta alternativa ainda não existe, ela precisa ser construída. E como tudo que é verdadeiramente novo e revolucionário, precisa de tempo, é preciso atuar com um olho no presente e outro no futuro.
Lula está certo, no capitalismo se governa com e para os capitalistas, de acordo com as regras impostas por ela. mas seu raciocínio para neste ponto, como para o da maioria das pessoas.
Nenhum governo capitalista poderia resolver os grandes problemas de que o próprio petismo foi cobrado nestes 13 anos de governo, uma verdadeira reforma agrária, o desemprego, os salários historicamente depreciados e o desenvolvimento nacional, houve avanços poucos; a burguesia não permitiu mais.
É possível ir além e dizer que os trabalhadores precisam de um partido próprio e um governo próprio, ambos sem os capitalistas, pois com eles não há verdadeiro progresso.
Existe uma alternativa à política de conciliação, evoluir a consciência e construir um partido operário, que lute pela revolução socialista.