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Quinta, 09 Junho 2016 14:10 Última modificação em Quinta, 09 Junho 2016 16:42

Unificar para vencer na greve da USP

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País: Brasil / Língua/Educaçom / Fonte: Esquerda Diário
Entretanto, não se pode dizer que a assembleia expressou a mobilização que há na universidade. Se fossem somados todos os presentes em cada assembleia de curso, a soma seria muito superior aos presentes na assembleia geral. Esse fato teve como consequência a impossibilidade de votar uma nova medida de radicalização para além do trancaço, o que só poderá ser feito caso haja uma assembleia mais representativa na próxima semana. Essas medidas são fundamentais no atual estágio da greve, onde apesar de somar dezenas de cursos e unidades de trabalho em greve, a reitoria segue se negando a ouvir os estudantes, funcionários e professores, alimentando o cerco da mídia, que segue fingindo que essa greve, que luta por saúde e educação para toda a população, é uma greve apenas por salário, tentando esconder a força do movimento estudantil que vem se levantando cada vez mais.

Nós da Faísca consideramos fundamental que as assembleias sejam convocadas amplamente, e que na próxima assembleia possamos votar uma medida radicalizada que coloque a reitoria contra a parede, servindo como moeda de troca para nossa pauta de reivindicação. Uma medida que busque romper o cerco da mídia e unificar os cursos e estudantes mobilizados, massificando e aproveitando todo o potencial dessa histórica greve. Uma medida radicalizada que dialogue com o conjunto das pautas, sejam elas a manutenção do HU na USP, as cotas para negros e indígenas, a contratação de professores, a permanência e contra o corte de ponto dos trabalhadores, um ataque ao direito legítimo de greve. É preciso uma medida que sirva também como orientador político de todos os que lutam, seja por qual pauta for, sem ignorar qualquer uma das demandas. É preciso ter como norte a unificação daqueles que lutam pela saúde nos cursos de medicina, saúde pública, enfermagem, veterinária, odontologia e farmácia, daqueles que, espalhados por toda a USP, exigem o direito a permanência estudantil, daqueles que fora da universidade exigem que ela abra as portas para as negras e negros, indígenas, LGBT, mulheres mães.

O comando de mobilização como um salto na unidade dentro e fora dos muros da USP

A atual gestão do DCE foi eleita tendo apresentado uma chapa de centenas de membros. É preciso que coloquem toda sua força militante a serviço da vitória dessa luta, construindo a assembleia com ônibus dos interiores e EACH, divulgando-a em cada curso, e buscando para isso gestões de Centro Acadêmicos, Sindicatos e formas de financiamento independente. Até hoje, o que vimos foi uma tentativa de fragmentação da mobilização por parte da gestão, que dá peso a partir de apenas alguns cursos e não constrói os atos centrais para que possamos mostrar a força de nossa mobilização. O DCE pode e deve ser uma ferramenta dessa construção da luta, a começar pela assembleia.

Obviamente, a luta supera as entidades, e sabemos que parte do processo que o DCE deve passar também é o de dar peso ao comando de greve, dissolvendo sua diretoria dentro dele e apresentando para votação suas posições políticas em cada assembleia de curso, para que o próprio movimento possa se coordenar, expressando democracia de base e combatendo a falência política que gestão do DCE, composta majoritariamente pela juventude do Juntos e do Rua há anos na entidade, já apresentou para construir os espaços políticos dessa greve.

As fortalezas de cada curso em mobilização precisam ser capazes de construir uma trincheira de unidade entre todos nós contra a reitoria, a mobilização de cada uma das estaduais deve servir para se unificar contra os governos através de um forte comando estadual de mobilização com UNESP e UNICAMP, numa forte greve em defesa da educação e da saúde, em meio a um cenário de cortes e ajustes implementados no estado pelo ladrão de merendas Geraldo Alckmin, e no cenário nacional pelo golpista Temer e seus aliados.

É com essa unidade e com a posição de um forte tribuno do povo, que são os estudantes que lutam pelo direito a educação e saúde pública de toda a população, romperemos o cerco midiático e provaremos que os maiores interessados na qualidade e na existência dos direitos dos trabalhadores e dos mais pobres somos nós. Das bases ao movimento geral, é preciso golpear com um só punho.

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