A medida é um aprofundamento da intervenção militar nas ruas do Rio de Janeiro que já acontece pelo menos desde as Olimpíadas de 2016. As Forças Armadas tomaram as ruas das principais cidades do estado e na prática, substituíram a polícia. O Exército está nas ruas do Rio para reprimir a população, como de fato vem ocorrendo, com vários casos de abusos contra a população pobre principalmente.
O mais grave no entanto é o aprofundamento da presença dos militares, que deixam de aparecer como uma espécie de “ajuda” ao governo do estado para “garantir a segurança” e passa a controlar de maneira direta o governo.
Embora o general-interventor ocupe apenas a secretaria de Segurança, na prática é como se os militares tivessem tomado o controle do estado. Se todo o setor que controle a repressão estatal já está nas mãos dos militares, daí para um controle total da administração do estado falta apenas uma formalidade. Em segundo lugar, há a fraqueza do governo Pezão que nesse momento, diante de uma crise generalizada no estado, praticamente perdeu o controle do Rio de Janeiro. Em grande medida, portanto, a presença de Pezão é meramente uma aparência.
Por fim, é preciso destacar que quanto mais próxima está a prisão de Lula, mais a direita golpista prepara o terreno para reprimir a reação popular. O Rio de Janeiro, nesse sentido, é onde uma reação poderia acontecer de maneira mais enérgica por parte do povo.
Esse é um passo importante dos militares na preparação do golpe militar. Os militares agora já têm o controle político de parte essencial do segundo estado mais importante do País.