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Sexta, 23 Fevereiro 2018 11:10 Última modificação em Terça, 27 Fevereiro 2018 21:28

É o Exército que está ocupando o Rio, mas eles dizem que não é intervenção militar

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País: Brasil / Repressom e direitos humanos / Fonte: Causa Operária

Desde o último dia 16, as Forças Armadas estão autorizadas, por meio de um decreto presidencial, a controlar diretamente a Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro, que é o segundo Estado mais importante do Brasil. Ao controlar a Segurança Pública, que engloba a Polícia Civil, a Polícia Militar e os bombeiros, as Forças Armadas detêm, desde então, o controle de todo o aparelho de repressão do Rio de Janeiro – e, consequentemente, podem determinar tudo o que deve ou não acontecer no Estado.

O decreto do dia 16 estabelece, claramente, uma intervenção das Forças Armadas no Governo do Rio de Janeiro – isto é, uma intervenção militar. No entanto, como o termo “intervenção militar” é altamente impopular, a imprensa burguesa tem inventado mil artimanhas para esconder o fato de que a truculência e o autoritarismo da ditadura militar estariam reaparecendo no cenário brasileiro. A expressão favorita da imprensa burguesa tem sido “intervenção federal”.

De fato, a intervenção foi autorizada a partir de um decreto instituído pela Presidência da República – o que, nesse sentido, caracterizaria uma intervenção de caráter federal. No entanto, isso é uma mera formalidade, pois a intervenção não foi uma proposta que surgiu livremente de Temer, mas sim uma imposição do bloco golpista que controla a Presidência desde o golpe de 2016 e que, preocupado com a reação à prisão de Lula, prepara um golpe militar em todo o país. Por isso, é necessário ser dito com toda a clareza: o que há no Rio de Janeiro é uma intervenção militar.

A intervenção militar em escala nacional já vem sendo calculada desde o momento em que o imperialismo começou a fomentar o golpe de Estado contra Dilma Rousseff. Afinal de contas, o programa de destruição nacional que o imperialismo quer impor aos brasileiros tornará inevitável uma reação gigantesca da população. Por isso, é necessário que todos os setores atingidos pelo golpe de 2016 se organizem em comitês de luta contra o golpe para combater a perseguição ao ex-presidente Lula, a intervenção militar no Rio de Janeiro e o iminente golpe militar nacional.

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