Os médicos cubanos do programa Mais Médicos, criado pela ex-presidenta Dilma Rousseff em 2013, vieram fazer o trabalho que os médicos brasileiros sempre se recusaram a fazer: servir ao povo em suas necessidades mais elementares.
Em Cuba, a saúde é entendida como um direito básico (como, na teoria, é em todo o mundo, mas a prática mostra algo muito diferente). É dever do Estado oferecer os cuidados para toda a população, independentemente de classe social ou localização geográfica.
A formação médica, socialista e humanista, é um dos pilares do regime social cubano desde a Revolução de 1959. Che Guevara, por exemplo, era médico. Durante a luta pela tomada do poder, os guerrilheiros atendiam os moradores das zonas campesinas liberadas.
Essa vocação se tornou símbolo do internacionalismo de Cuba já em 1960, quando o primeiro contingente de médicos foi enviado pela ilha para atender às vítimas de um terremoto no Chile. Desde então, Cuba tem enviado missões médicas para mais de 160 países em todos os continentes.
Em uma das mais belas demonstrações de internacionalismo proletário da história, dentre os combatentes que a ilha enviou para países da África e América Latina que lutavam por sua independência e libertação do imperialismo, sempre estiveram equipes médicas.
Tais missões no âmbito da saúde, na maior parte das vezes, são realizadas a partir de acordos de cooperação com os países recebedores. Muitos países pedem para Cuba enviar seus médicos para cuidar de sua população. Essa ilha de 11 milhões de habitantes tem um médico para cada família e, na sobra de profissionais, consegue enviá-los para que os países pobres e sem estrutura possam minimamente atender às necessidades de seus povos.
Em Cuba, o Estado paga a formação de seus médicos, que não precisam desembolsar nada para estudar. O mesmo vale para estudantes de medicina de vários países que vão estudar na Escola Latino-Americana de Medicina (ELAM), criada especialmente para receber futuros médicos estrangeiros que, após formados, voltam para seus países (na esmagadora maioria, países pobres) para atender a população mais vulnerável. Cuba, em si, é uma escola de medicina. E também de humanismo e solidariedade.
Cuba enviou alguns de seus melhores quadros para o Brasil porque, ao contrário da ilha caribenha, o nosso país não dá a mínima para a saúde da população. O Brasil é um continente, com uma população vinte vezes maior que a de Cuba, mas com um déficit de médicos. Esse déficit, no entanto, não é natural, mas reflexo do sistema político e social do Brasil: um país capitalista atrasado, completamente dominado pelo imperialismo, no qual a medicina é uma atividade de elite, restrita apenas à burguesia e às camadas altas da pequena-burguesia. Membros de classes sociais privilegiadas, a formação dos médicos não é dirigida ao cuidado do povo, não é vista como um serviço público universal. O próprio sistema de saúde pública brasileiro é retrato disso, uma vez que os capitalistas encontram na saúde um excelente meio para engordar os seus lucros, pois exploram as necessidades da população.
Logo quando chegaram, os médicos cubanos receberam um tratamento humilhante por parte da categoria médica brasileira, tratamento extremamente reacionário e racista. Isso foi em 2013, no início da ascensão da extrema-direita no Brasil, e esse episódio estava diretamente relacionado a tal ascensão. Hoje, todos esses médicos fazem parte da base social que apoia Bolsonaro (a burguesia e a pequena-burguesia fascistoide).
Do mesmo modo, o extrato mais abastado da pequena-burguesia jamais precisou utilizar o sistema público de saúde. Por isso também apoia com tanto ardor a expulsão dos médicos cubanos, que cuidaram dos milhões de pobres por todo o Brasil. Diante da gigantesca crise econômica, algumas parcelas dessa camada de classe média tiveram que, pela primeira vez, ir a um posto de saúde. Demonstrando a escória que são, muitos deles tratam os pacientes da classe trabalhadora como lixo que não pode estar no mesmo ambiente que eles, estacionam seu carro luxuoso em lugar indevido, tentam furar fila, pegam remédio de graça (mesmo tendo possibilidade de comprá-lo em uma farmácia privada) e ainda reclamam do atendimento dos pobres funcionários. Pode parecer exagero, mas isso acontece de verdade.
São esses os que rosnam contra o SUS e os médicos cubanos. Mas não são só eles, e não é somente a extrema-direita bolsonarista.
Desde o início do Mais Médicos, a direita dita “democrática”, tradicional, vinha tentando acabar com o programa e com a cooperação com Cuba. Bolsonaro já havia feito isso logo em 2013, e, dois anos depois, foi a vez do senador Cássio Cunha Lima (PSDB) tentar por um fim na participação cubana, com a mesma desculpa mentirosa de suposto financiamento da “ditadura”.
Estranha ditadura, que dá saúde de graça para seu povo e formação gratuita para os médicos, enquanto a democracia brasileira não fornece qualquer dignidade básica para sua população.
O mesmo pode ser dito da imprensa golpista, que sempre esteve em campanha difamatória, caluniosa e mentirosa contra os médicos cubanos. Entretanto, isso não é nenhuma novidade, sabendo que essa mesma imprensa sempre propagou a completa devastação dos serviços públicos e o ataque cruel a qualquer direito da população.
Trata-se, em todos esses casos, de seres parasitários que vivem da exploração do povo brasileiro. Os médicos enviados pelo governo cubano transformaram a vida de milhões de pessoas, acostumadas a serem tratadas como subumanos por muitos médicos brasileiros.
Todos esses animais irracionais que latem contra Cuba e seu povo digno não passam de uma escória da humanidade. Eles não são o povo brasileiro. Pelo contrário, desprezam o povo brasileiro, por isso sempre fizeram campanha pela expulsão dos médicos cubanos. Os médicos cubanos fizeram muito mais pelo nosso povo do que esses parasitas jamais pensarão em fazer.
Os heróicos cubanos foram os primeiros a tratarem os pobres do Brasil. Bolsonaro os expulsou para destruir nosso sistema de saúde, como parte de sua política de entrega do País aos seus patrões imperialistas.