Como a corda arrebenta sempre no lado mais frágil, a aposta do imperialismo será em começar seus planos esmagando os países mais atrasados e a ala operária mais oprimida. No caso das mulheres, na atual crise econômica em que o mundo se encontra, a tendência será arrasar seus direitos ainda mais, com o objetivo de dividir a luta e de fragilizar os salários dos trabalhadores homens também. A ideia é empurrar novamente as mulheres pra dentro dos lares e torna-las escravas da própria família. A onda conservadora e fascistoide subjuga a mulher como culpada do fracasso social e político instaurado na sociedade.
No atual período, os ataques virão de forma violenta contra as mulheres trabalhadoras. O alto índice de desemprego, e a consequente precarização do trabalho, tornará a realidade de salários inferiores para as mulheres algo mais frequente e intenso, além da falta de condições do trabalho fora de casa e na criação dos filhos.
A falta de vagas nas creches públicas, realidade para todas as mulheres será algo mais frequente. A educação pública, que está com as pernas totalmente bambas devido ao processo precarização e privatização, vai afetar cada vez mais mulheres.
Ao mesmo tempo, a luta por direitos democráticos burgueses, apesar de ajudar parcialmente as mulheres, não as liberta totalmente nos seus aspectos econômicos. E diferente do que o imperialismo e a burguesia diz, o estado possui um caráter de classe, e contempla os interesses de uma minoria no Brasil e no mundo, no objetivo de aumentar ao máximo seus lucros.
Temos nesse embate a crença da pequena burguesia na falsa democracia, na democracia burguesa, e na garantia de medidas paliativas para resolver seus problemas de opressão. Muitas vezes, os movimentos feministas burgueses culpam o homem e suas atitudes comportamentais para justificar essa opressão.
Mesmo que não se desconsidere o homem enquanto opressor da mulher (basta reparar a sociedade patriarcal em que vivemos), ao mesmo tempo, o homem trabalhador também é alvo do processo capitalista de dominação, e, nesse aspecto, é um companheiro, e o agente social, da luta pela libertação social de toda a humanidade.
A sociedade dominada pela luta de classes deve ser extinta da face da terra, o que acontecerá pela evolução histórica da própria sociedade. Para isso é preciso a luta contra o capitalismo. Somente desta maneira será possível abolir a cultura do estupro, assim como conquistar creches públicas, lavanderias e refeitórios públicos, uma sociedade sem divisão de classes. Por isso, é preciso ter em mente quem é o verdadeiro opressor.
As medidas da direita no Brasil para as mulheres no Governo Temer têm sido suficientes para pensarmos quais serão os próximos passos para a política da mulher, quando a crise avançar. Evangélica fervorosa e ex-deputada federal do PMDB, a nova secretária da Mulher, no governo interino, é totalmente contra o aborto mesmo em caso de estupro. Isso além de retrocesso, representa um atentado ao direito das mulheres em todos os sentidos. E temos mais medidas ultrajantes postas para a classe trabalhadora que irão atacar diretamente a mulher diretamente, como os ataques à previdência social, ao setor agrário e educativo.
A solução está na revolução
Os trabalhadores não devem ter ilusões na democracia burguesa, no estado aparelhado e a serviço das minorias, nem tampouco na luta entre os gêneros. O estado burguês deve ser destruído, por meio de uma revolução de massas, encabeçada pela classe operária, que deverá instaurar a ditadura do proletariado e a sociedade socialista, o que criará a base material para uma nova forma de relação entre os sexos.
A educação das crianças e jovens deve ser realizada fundamentalmente em instituições públicas e de qualidade para que mulher avance no processo de incorporação ao trabalho produtivo. O matrimônio indissolúvel, pautado na escravização da mulher e a família individual deve ser substituído pela relação comunista, prezando o amor livre das relações comerciais capitalistas.
O aprofundamento da crise capitalista colocará em movimento a classe operária no próximo período, que estava adormecida principalmente pelo refluxo impulsionado pelas políticas “neoliberais” e pela capitulação da esquerda diante a burguesia.
A crise porém criará as condições materiais para que os direitos das mulheres, dos negros, os LGBTs e do conjunto dos oprimidos sejam materializados.
Contra o golpismo e a extrema-direita no Brasil e no mundo!
Que a crise seja paga pelos capitalistas!
Pela revolução operária mundial!
Pela libertação da mulher operária!