Em artigo recente, Walden Bello, professor de Sociologia da Universidade de Nova York, escreveu sobre a preocupante situação da economia mundial.
Alguns trechos:
Os grandes bancos, que foram socorridos pelo governo dos Estados Unidos em 2008, se tornaram ainda maiores e os "seis grandes" bancos estadunidenses - JP Morgan Chase, Citigroup, Wells Fargo, Bank of America, Goldman Sachs e Morgan Stanley – possuem, coletivamente, 43% a mais de depósitos, 84% a mais de ativos e três vezes mais dinheiro do que antes da crise de 2008. Essencialmente, duplicaram o risco que derrubou o sistema bancário em 2008.
...os produtos que desencadearam a crise de 2008 continuam sendo negociados. Isso incluía cerca de 6,7 trilhões de dólares em títulos respaldados por hipotecas, cujo valor se manteve só porque a Reserva Federal comprou 1,7 trilhão de dólares. Os bancos estadunidenses possuem coletivamente 157 trilhões de dólares em derivativos, aproximadamente o dobro do PIB mundial. Isso é 12% a mais do que possuíam no início da crise de 2008.
...os operadores financeiros estão acumulando lucros em um mar de liquidez proporcionado pelos bancos centrais, cuja liberação de dinheiro barato para acabar com a recessão como consequência da crise financeira levou à emissão de trilhões de dólares de dívida, elevando o nível global da dívida para 325 trilhões de dólares, mais de três vezes o tamanho do PIB mundial. Há um consenso entre os economistas de todo o espectro político de que esse aumento da dívida não pode continuar indefinidamente sem causar uma catástrofe.
O problema é que dentre aqueles que são capazes de prever tamanha “catástrofe”, muitos trabalham por ela.