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Quinta, 07 Julho 2016 19:49 Última modificação em Terça, 12 Julho 2016 12:41

Mais de 700 militantes e dirigentes do PSTU abandonam o partido para lançar um novo Destaque

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País: Brasil / Batalha de ideias / Fonte: Diário Liberdade

Mais de 700 militantes de todo o Brasil anunciaram um significativo racha no maior partido da extrema-esquerda extra parlamentar brasileira.

A ruptura inclui dirigentes históricos e fundadores do movimento, como o intelectual Valério Arcary, e uma das duas lideranças institucionais, a vereadora de Natal Amanda Gurgel, além de centenas de militantes de 20 estados do país.

O grupo dissidente, cujo manifesto de ruptura reproduzimos abaixo, já abriu um site na rede onde anuncia a imediata constituição de "uma nova organização socialista e revolucionária no Brasil", o que irá se concretizar neste mesmo mês de julho, no dia 23, em um encontro que vai decorrer em São Paulo.

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A cisão parece ter como causa imediata a diferente concepção do posicionamento que o PSTU deveria manter ante a queda do governo do PT e o ascenso da direita liderada por Michel Temer. Enquanto a corrente majoritária defende uma campanha de denúncia sem distinções contra todos os grandes partidos burgueses, PT incluído, a corrente que agora abandonou o partido propunha uma palavra de ordem mais centrada na figura de Temer e de clara oposição ao impeachment. A vitória da proposta "oficial" ficou clara na legenda escolhida nos últimos tempos pelo PSTU: ‘Fora Dilma, Aécio, Temer, Cunha, fora todos eles!’, bem como na realização de uma campanha isolada do resto da esquerda, especialmente da frente de massas "Povo Sem Medo", onde o sector cindido propunha integrar a intervenção do partido, assumindo como palavra de ordem “Não ao impeachment".

Como pano de fundo, o coletivo que agora abandona o principal partido trotskista brasileiro situa a falta de avanços na estratégia do PSTU nas últimas décadas, em um contexto de recuo das posições da esquerda revolucionária no mundo e no Brasil, que obrigariam a uma posição mais flexível que permita incidir nos sectores mais progressivos do povo trabalhador brasileiro.

Com o objetivo de facilitar às nossas leitoras e leitores o conhecimento e a análise das posições enfrentadas, reproduzimos a continuação a carta difundida pela corrente que acabou de protagonizar o racha mais significativo da história do PSTU, que assumiu como identificação própria uma citação do revolucionário e artista soviético Miakovski: "É Preciso Arrancar Alegria Ao Futuro"; seguida da Declaração da Direção Nacional do PSTU em resposta à carta do grupo cindido, na qual admite o importante impacto que essa ruptura irá ter no trabalho de construção do partido.

Ambos textos foram publicados com data de 6 de julho de 2016.


Carta à Direção do PSTU

O presente manifesto é assinado por algumas centenas de companheiras e companheiros que no passado fizeram uma aposta militante no PSTU. Temos orgulho de ter dedicado o melhor de nossas forças para essa organização, mas hoje vimos a público comunicar que esta experiência chegou ao fim e que decidimos trilhar um novo caminho. Pertencemos a diferentes gerações, somos veteranos e jovens, mulheres e negros, LGBT's, professores e indígenas, operários industriais e da construção civil, petroleiros e estudantes, ativistas e dirigentes sindicais que constroem a CSP-Conlutas, trabalhadores da saúde e do transporte, desempregados e intelectuais, funcionários públicos e terceirizados.

Há cerca de oito meses, começamos uma batalha por nossas ideias dentro da LIT (Liga Internacional dos Trabalhadores) e sua seção brasileira, o PSTU. Por meio deste manifesto, queremos expressar nossas posições e as conclusões a que chegamos ao longo desse debate.

O que pensamos?

Acreditamos que as dificuldades enfrentadas pelos revolucionários neste início de século 21 encontram sua explicação mais profunda no impacto reacionário da restauração capitalista na URSS, leste europeu, sudeste asiático e Cuba. A ofensiva política, econômica, social, militar e ideológica do imperialismo, os discursos sobre “o fim da história” e a adaptação da esquerda reformista à ordem burguesa não passaram sem consequências. O movimento de massas retrocedeu em sua consciência e organização. E os revolucionários sofreram os efeitos desses anos de confusão e crise.

Mas a história não acabou. A crise econômica mundial de 2007-2008 abriu uma nova situação internacional marcada pela instabilidade e pela polarização política, social e militar. Nesse marco, surgiram fenômenos altamente contraditórios, como a Primavera Árabe, a crise econômica europeia, o conflito militar na Ucrânia, os indignados da Espanha, a ascensão de partidos neo-reformistas como Syriza e Podemos, a crise dos refugiados na Europa, o fortalecimento da direita em várias partes do mundo, as manifestações na Grécia, as lutas antiproibicionistas e pelo direito à cidade encabeçadas pela juventude, o declínio dos governos de colaboração de classes na América Latina, o avanço do fundamentalismo islâmico e cristão, o ascenso da luta antirracista, feminista e antilgbtfóbica no mundo inteiro, as jornadas de Junho de 2013 no Brasil, a guerra civil na Síria, a crise do euro e da União Europeia, o atual ascenso francês e tantos outros.

Assim, a nova situação mundial abre importantes perspectivas aos socialistas. Mas é preciso saber atuar. Acreditamos que a postura dos revolucionários diante da reorganização da esquerda deve ser firme, porém, paciente. Porque o caminho da autoproclamação nos condenaria à marginalidade. Porque sabemos que o isolamento, a condição de minoria e a luta contra vento e maré durante tantas décadas deixaram em todos nós cicatrizes, reflexos sectários que devemos ter a coragem de superar.

Pensamos que a simples apresentação de um programa revolucionário não é o bastante para construir uma organização marxista. O decisivo é que esse programa seja ouvido, que lutemos por ele em cada espaço, que ele seja compreendido e aceito pelas massas e sua vanguarda. Não superaremos a marginalidade com um programa ultraesquerdista, que os trabalhadores não estão dispostos a abraçar, ou que, às vezes, nem sequer compreendem.

No terreno da política nacional, por sua vez, as diferenças não foram menores. Há mais de um ano vínhamos afirmando que era preciso enfrentar, com centralidade, a política de ajuste fiscal do governo Dilma, mas combater também a oposição burguesa que queria derrubá-la apoiando-se em mobilizações reacionárias. Para esta luta, acreditávamos que era necessário construir a mais ampla unidade de ação com todos os setores que estivessem na oposição de esquerda ao governo e, se possível, dar a esta unidade uma forma organizativa: uma frente de luta ou terceiro campo alternativo ao governo e à oposição de direita.

Depois que a maioria da burguesia se unificou em torno à proposta de impeachment, a partir de fevereiro de 2016, defendemos internamente que era vital lutar contra esta manobra parlamentar, sem que isso significasse, evidentemente, prestar qualquer apoio político a Dilma. Porque avaliávamos que a derrubada do governo do PT só teria um sentido progressivo se realizada pelas mãos da própria classe trabalhadora, por meio de suas próprias organizações. Ao contrário, se liderada pela oposição de direita, a derrubada de Dilma seria uma saída reacionária para a crise política; deseducaria os trabalhadores em sua tarefa de autoemancipação. A segunda hipótese foi exatamente a que ocorreu.

Debatemos estas e outras diferenças lealmente durante quase um ano. Não obstante, foi atingido um ponto de saturação. Quando as diferenças se fazem insolúveis, quando a possibilidade de síntese se esgota, quando as discussões se tornam intermináveis e as polêmicas improdutivas, o perigo da desagregação passa a ser maior que tudo. Chegamos à conclusão que o prosseguimento do combate ameaçava com uma ruptura abrupta e desorganizada. Para preservar o maior patrimônio de qualquer organização, seus militantes, optamos por encerrar a luta e oferecer uma saída organizada para a crise. Deixamos o PSTU.

Reconhecemos o PSTU como uma organização revolucionária. Não pensamos que é menos revolucionário agora do que antes. Mas às vezes é impossível aos revolucionários pertencer a uma mesma organização. Apostamos na possibilidade de uma separação amigável, e portanto exemplar, muito diferente das rupturas explosivas e destrutivas que o passado tanto viu. Mantemo-nos, por isso, nos marcos da Liga Internacional dos Trabalhadores, na qualidade de seção simpatizante.

O que queremos?

Ao mesmo tempo em que nos desligamos do PSTU, reafirmamos nossa disposição em continuar a luta pela revolução socialista em uma nova organização nacional. Reconhecemos a ação consciente e organizada como a mais eficaz. Sobre a base do marxismo, da teoria leninista de organização e de toda a experiência histórica do movimento operário e socialista mundial, queremos construir algo novo. Admitimos sem soberba, com sincera humildade e respeito, que não somos os únicos revolucionários no Brasil ou no mundo.

Somos um pequeno ramo da grande árvore do marxismo revolucionário mundial. Reivindicamos as resoluções dos quatro primeiros congressos da III Internacional; defendemos a teoria da revolução permanente e o Programa de Transição de Leon Trotski; nos colocamos a serviço da reconstrução da IV Internacional; abraçamos a herança do trotskismo latino-americano que teve em Nahuel Moreno seu principal dirigente e organizador; defendemos um marxismo ao mesmo tempo rigoroso na utilização dos conceitos e aberto na interpretação dos novos fenômenos; acreditamos que os socialistas devem estar na primeira fileira do combate ao machismo, à lgbtfobia e ao racismo, principalmente num país que traz na sua história a triste marca de quatro séculos de escravidão e que é um dos que mais mata mulheres e LGBT's no mundo; vemos a revolução socialista, em primeiro lugar, como processo de autoemancipação dos trabalhadores, com a classe operária à sua frente; entendemos que o revolucionário é, em primeiro lugar, um rebelde, e por isso o regime interno de uma organização marxista deve se caracterizar tanto pela disciplina na ação, quanto pela ampla liberdade de discussão, e que esses dois aspectos não são contraditórios, mas sim complementares e inseparáveis.

Rejeitamos qualquer tentativa de reeditar, trinta anos depois, a experiência reformista do PT, como faz hoje a direção majoritária do PSOL. A redução da luta de classes à luta parlamentar, as alianças com os setores supostamente progressivos da burguesia nacional, a transformação dos deputados, senadores e prefeitos em figuras todo-poderosas, que só devem satisfações a si mesmos – tudo isso já foi feito. E fracassou. Não trilharemos este caminho.

Sabemos que a degeneração política do PT e a corrupção de seu aparelho alimentam uma saudável desconfiança entre os lutadores jovens que não querem ser manipulados como a vanguarda da geração anterior. Aos milhares, os ativistas se perguntam como controlar suas próprias organizações. E têm razão! Porque o tempo da ingenuidade e da credulidade nos líderes precisa ficar para trás. Queremos uma organização em que não haja lugar para os arrivistas, os oportunistas, para aqueles que querem obter vantagens e benefícios pessoais. Queremos entre nós os despojados de pretensão, os desapegados de ambição, os desprendidos de vaidade.

A luta é aqui e agora

O maior desafio de nossas vidas, o sentido de nossa militância, é a realização e o triunfo da revolução socialista brasileira. A classe trabalhadora e o povo oprimido devem se elevar à altura do combate que a história convoca. Treze anos de governos do PT demonstraram de forma irrefutável que a estratégia de regulação do capitalismo através de minúsculas reformas social-liberais conduziu o país a um verdadeiro desastre. A direção do PT é a primeira responsável pela tragédia que se abate hoje sobre a classe trabalhadora brasileira. Lula e Dilma traíram o sonho dos trabalhadores, enterraram-se a si próprios e abriram o caminho para Michel Temer e Henrique Meirelles. A verdadeira libertação dos explorados e oprimidos passa, portanto, pelo combate à conciliação de classes promovida pelo PT e pela retomada de uma estratégia de ruptura revolucionária da ordem.

A crise e posterior falência estratégica do PT, tão evidentemente demonstrada nas jornadas de Junho de 2013 e no episódio do impeachment, colocam para a esquerda marxista brasileira o dilema de sua própria crise, de sua própria marginalidade, de sua própria fragmentação. Os calendários eleitoral e sindical não comportam mais as lutas que vêm ocorrendo. É preciso uma saída estratégica. É nesse sentido que precisam trabalhar os marxistas revolucionários.

Mas as lutas dos explorados e oprimidos não podem esperar. Elas estão ocorrendo aqui e agora. Para que elas sejam vitoriosas, precisam ser cercadas da mais profunda solidariedade, em torno a elas deve ser construída a mais ampla unidade.

Essa unidade na ação prática, na luta comum, passa hoje, em nossa opinião, pela bandeira do Fora Temer, quer dizer, a luta contra o governo de plantão e suas medidas. Sem a unidade dos movimentos sociais combativos em torno a essa tarefa decisiva, corremos dois perigos. O primeiro é que o impulso de todos esses enfrentamentos parciais se disperse, pela ausência de uma estratégia geral comum. O segundo é que os combates específicos sejam apropriados pela direção do PT em seu projeto de voltar ao poder com uma nova candidatura Lula. Ou seja, a velha chantagem do mal menor. A maior tarefa da esquerda anticapitalista, portanto, é abrir o caminho para outra saída política. E ela pode ser construída desde já. Nenhum dos partidos e organizações da esquerda combativa pode hoje, por si só, oferecer esta saída.

Para ser efetiva, essa saída precisa ser construída de fato por todas as correntes e organizações combativas do movimento social, por todos que desejam sinceramente conformar esse terceiro campo alternativo da classe trabalhadora.

Defendemos a unidade deste terceiro campo também nas eleições municipais de 2016. Propomos ao PSTU, ao PSOL, ao PCB, às organizações políticas que não possuem legalidade e aos movimentos sociais a construção de uma Frente de Esquerda e Socialista, com um programa de ruptura com os planos de ajustes que são aplicados por todos os governos e prefeituras. Nos colocamos desde já a serviço dessas grandiosas tarefas.

Queremos, enfim, construir uma organização que resgate a grandeza e a integridade do projeto socialista; uma organização que seja digna da memória daqueles que vieram antes de nós e entregaram suas vidas na luta pela igualdade social; uma esquerda revolucionária não-dogmática, que não se acomode nas poltronas de couro dos gabinetes parlamentares, mas que combata também o corporativismo e o burocratismo dos sindicatos, que priorize a luta direta das massas, que dialogue com a ampla camada de ativistas surgida no último período, que seja capaz de influenciar verdadeiramente os rumos da luta de classes no país, de inspirar confiança e esperança novamente.

O desafio é gigantesco, mas temos confiança que podemos, como dizia o velho poeta Maiakovski, “arrancar alegria ao futuro”. É chegada a hora de ousar. Mais do que nunca, é preciso lutar, é possível vencer.

Os assinantes do presente manifesto convidam também a todas e todos para o ato nacional de lançamento da nova organização, que ocorrerá no dia 23 de julho, sábado, na cidade de São Paulo. Horário e local a confirmar.

Viva a luta dos explorados e oprimidos do mundo inteiro! Viva a revolução! Viva o socialismo!

Assinam:

São Paulo

Aldo Sauda Alessandra Fahl Cordeiro Alex Henrique Alex Raval Alexandre Fusco Aline Klein Amanda Menconi Amanda Souza Ana Carolina Morais Ana Clara Toni Ana Lara Pereira Ana Lucia Marchiori André Azem André Foca André Ramiro Andresa Santos Antonio Francisco Ferreira (Ferreirinha) Antonio Junior Antonio Pereira Arielli Tavares Arthur Valente Be Mosken Beatriz Benetti Beatriz Linzmayer Bento Damaceno Bernardo Boris Beth Lima Bruna Alem Santinho Bruna Quinsan Bruno Alves Bruno Siqueira Cadu Dall'agata Caetano Caio Dias Garrido Caio N. Abreu Camila Ferreira Camila Lisboa Carla Pradini Carlos Daniel “CD” Toni Carol Coltro Carolina Freitas Cathiene Domingos César Augusto Chantal Liegeois Cíntia Senhora Cláudia Souza Daiane de Fátima Curi Daniel Danilo Zanelato Dayana Teixeira Diego Vilanova Doni Silva Edgar Fogaça Edgar Passos Edson Silvério Eduardo Casteluci Eduardo Loeck Elber Almeida Eli Moraes Eliana Nunes Eliana Penha Elisângela Rodrigues Ernesto Roberto Korda Evelyn Everaldo Becker Everton Bertucchi Fabiana de Abreu Fabiana Salander Amaral Fábio Lopes Fabio Masselani Fabio Resende Fabio Torres Fabiola Calefi Fátima Fernandes Fátima Guimarães Fausto Fernando Esteves Filipe Augusto Flávio Stonewall Francisco Noronha de Oliveira Fransergio Noronha Friza Gabriel Casoni Genilda Souza Genivânia Gilberto Souza Gisele Falcari Gisele Peres Gisele Rosa Giulia Castro Glauber Girotto Gláucia Ferreira Gleice Barros Guarulhos Guilherme Pupo Guirá Borba Gustavo Linzmayer Gustavo Viana Helena Duarte Marques Hélio Konishi Henrique Canary Henrique Iglecio Hosana Silva Iara Larissa de Deus Dantas Iracema Santos Isabel Fuchs Isolda James de Paula Janaína Oliveira Jaqueline Quadros Jean Dias Jefferson Dias Jéssica Augusti Jessica Marques Jéssica Milaré João Daniel João Gabriel Tury Joao Pedro Buzalski João Ricardo Machado João Zafalão Joel Paradella Jorgiana Lozano José Perestrelo Josué Ribeiro Lima Joyce Camila Joziel Santos Jucinaldo Azevedo Juliana Donato Karina Lourenço Larissa Vasques Leandro Olímpio Leonardo Knijnik Leonardo Knijnik Letícia Alcântara Letícia Pinho LG Porfírio Lheô Shiroma Lígia Carrasco Lígia Lopes Gomes Lincoln Schwingel Lisa Costa Lívia Puglia Lourdes Quadros Lucas Almeida Lucas Brito Lucas Milanez Luciana Nogueira Luísa Daher Luisa Davola Luiz Fernando Cassanho – Barba Luiz Tombini Luma Feboli Lurdinha Pavam Manuela Moraes Marcela Carbone Marcelo Calorio Marcio V Bottini Marco Aurélio Marco Lopes Marcos Vinícius Simões Mari Mendes Maria Alves Maria Aparecida Silva Maria Carolina Maria Lobato Maria Luiza Ferreira Maria Tereza Moro Mariana Caetano Mariana Medeiros Mariana Percia Mariana Soléo Marina Sassi Martha Piloto Mateus Fávero Matheus Maurício Félix Mauro da Silva Inácio Mauro Puerro Mayara Conti Michel Torres Miguel Minos Murilo Magalhães Natália Borges Natália Sierpinski Natalício Santos Nelson Novaes Noraldino de Castro Neto Ovídio B Vieira Ozzi - Stephano Azzi Pamela Cristina Patricia Aun Patricia Lima de Oliveria Paula Nunes Paula Pascarelli Paulo Aguena “ Catatao” Paulo Bosso Pedrão - Pedro Cursio Pedro Augusto Nascimento de Almeida Pedro de Azevedo Pierre Fernandez Rafael Bedóia Rafael Emídio Rafael Santos Raira Coppola Raiza Rocha Raphael Guedes Raquel Galino Raquel Reis Renan Renata Belzunces Renata Contesini Renatão - Renato Bento Luiz Renato Fernandes Renato Pavam Ribeiro de Azevedo Ricardo Ricardo Monteiro Richard Araújo Rita G Brarros Rodolfo Soares Moimaz Rodrigo Corrêa Rodrigo Maluf Rodrigo Ricúpero Roger Reis Ronaldo Mota Rosa Araujo Rosemar Silva Rubens Sandra Esteves Shuellen Peixoto Silvia Ferraro Sirlene Maciel Solange cruz Soraia Neves Stella Susana Antunes Tales Machado Tamires Chorban Tati Ribeiro Tatiana Queiroz Thaís Zappala Thaize Chagas Thales Migliari Thiago Alves Thiago Leal Thiago Mahrenholz Thomaz Campacci Valdemir Cerqueira Valério Arcary Vanessa Madeira Vanessa Monteiro Vânia Helena Venâncio Cesar Favero Verena Victor Akira Victor Bicalho Victoria Ferraro Lima Silva Vilson Antonio Fiorentin Vinícius de Matos Vinicius Pereira Vinícius Zaparoli Vivian Alves Waldo Mermelstein Xandy Araújo Yuri Lueska

Rio Grande do Norte

Amanda Gurgel Andreza Kaylyny Artur Emiliano da Cruz Gomes Emy Magalhães Felipe Nunes Geni Laís (Luci) Gustavo Sixel Juary Chagas Juliana Augusto Luana Soares Lucas Alvergas Maurício Moreira Vitor Hugo Vittor Gois

Ceará

Adriana dos Santos Aloísio Macedo Ana Angélica Ana Cecilia Alencar Andreysson Silva Mariano Antonio Alves Pereira Artemis Martins Aruska Patricia B. Santos Beth Freire Camila Chaves Cindy Brandão Silvério Cláudio Ferreira do Nascimento Coulbert Antônio Fargnoli Daniel Furtado Domingo Neto Emmily Amorim da Silva Erico Bernardo Euclides Agrela Evannia Benjamin Fabio José Queiroz Fernando Castelo Branco Flavio Patricio Francisco Corredor Clesiberto Francisco de Assis Silva Araújo Francisco Edneudo Francisco Ednilson de Freitas Fred Bruno Gabriela Ruiz George Bezerra Germano Wicla Teixeira Gilberto Sales Henrique Eduardo Barroso Moreira Herbert Saboia Hildo Régis Iara Lopes Oliveira Isabel Cristina de Freitas lima Italo Coelho Alencar Jane Mara Ximenes Sousa Jane Raysan Jarir Pereira José Antonio Bento José Antonio Ribas José Benone José Naldo José Pereira Sousa Sobrinho Jovania Portela Lara Borges Lucas Ribeiro Lucélio Morais de Sousa Luís Cláudio Silva Luis Eduardo Luis Guilherme Luiz Fabrício Manoel Farias Manoela Freitas Lino Marcel Lima Cunha Marco Antonio da Silva Pereira Maria de Santana Costa Maria Helena Maria Rute Araujo Freitas Natalia Ayres Natalia Lídia Nericilda Rocha Nestor Bezerra Niagara Vieira Soares Cunha Nilziane Bezerra Ribeiro Ohana Alencar Pâmela Paulo Paula Farias Pedro de Aquino Pedro Renan Santos de Oliveira Rafael Raone Raimundo Rodrigues Dico da Cruz Ramó Alcantara Raquel Dias Renata Jatai Roberto da Paz Rute Thiago Celestino da Silva Thiago Chaves Sabino Valdir Alves Pereira Wildon Batista Silva Zeuza Maria Freitas Lima A. Rodrigues Alessandro Reinaldo Augusto Nobre Edson Xavier Filipe Dantas Ítalo Aquino João Adolfo Bandeira Luana Villar Maria Almeida Petrônio Alencar Roberta Rocha Zuleide Queiroz

Rio de Janeiro

Adriano Carmelo Alexandre Vander Velden Artur Peccin Badauí Jorge Carol Birrer Carol Burgos Cintia Teixeira Clara Saraiva Dharani Coppola Diego Gouveia Diego Soares Elena Veríssimo Fael Miranda Gabriel Ferreira Gabriel Vilaça Gibran Jordão Gilberto Mira – Gil Igor Dantas Isabela Blanco Ivanilda Reis Julia Almeida Katinha Ferreira Leandro Santos Leonam Carvalho de Souza Marcia Paula Macedo Michelle Capone Moara Souza Natalia Conti Natália Russo Patrick Galba de Paula Rafael de Aquino Renan Costa Paes Thomas Vidal Vicente Saraiva Daniel Tomazine Marcello Bernardo Thalles Leopoldo Adérson Bussinger Carvalho Alexandre Aguena Beto Della Santa Danielle Sampaio Diogo Oliveira Gustavo Fagundes Higson Coelho Natália Tuler Nayara Assunção Rodrigo Noel Saint Clair Luiz do Nascimento Neto Samantha Souza Sonara Costa Viviane Ramos Palma Andrey Bertolo Gizelya Morais Ione Carvalho Jean Michel Karolina Nycz Lucas Souza Mateus Ribeiro Miguel Frunzen Tamiris Rizzo Thais Brito Valéria Docillio

Minas Gerais

Adnalva Alves Agatha Rotelli Alexandre Zambelli Andressa Moreira Baiano Bernardo Lima Carine Martins Carla Alvim Daniel Wardil Davi Landau Denisia Aparecida Diego David Edson Salles Efraim Moura Elida Filipe Raslan Geralda Maria Gloria Trogo Isabela Pennini Izabella Lourenço John Anderson Lirian da Consolação Livia Furtado Lucas Ferreira Luiza Diniz Marcio Diogo Maria Aparecida de Oliveira Maria da Conceição Matheus Almeida Nelson Junior Pedro Valadares Rayane Guedes Suely Maria Aline Vieira Ana Emilia Carvalho Arthur Duarte Felipe Fonseca Felipe Valente Gustavo Campos Lorene Figueiredo Mariana Almeida Patricia Duarte Patricia Mafra Tallia Sobral

Rio Grande do Sul

Adriele Albuquerque Alexandre Wood Altemir Cozer Ana Laura André Simões Artemi Fagundes Chico da Silva Davi Dietrich Deborah Xavier Diego Braga Felipe Pereira “Fefo” Hilda Dobal Mara Souza Maria Helena Martina Gomes Matheus Gomes Morghana Benevenuto Pedro Oliveira Rodrigo Bocão Sarah Arnold Tanisi Rocha Vinícius Lima William Boenavides William Gonçalves Geovanna Dutra “Gika” Jeferson Cavalheiro Douglas Alves

Pará

Abel Ribeiro Alexandre Favacho Altobelly Rosa Amanda Ferreira Andréa Neves Angela Azevedo Ápio Dias Cleide Santos Danilo Costa Emerson Monte Érica Ferreira Fabrício Braga Gizelle Freitas Glailson Santos Ítalo Laredo Josyanne Quemel Juliana Damasceno Luana Paranhos Luiz Henrique Maria de Fátima de Aguiar Guilherme - Fafá Marlon George Moacir Miranda Norma Affonso Paulo Braga Paulyane Ramos Rodrigo Gomes Rogério Freitas Socorro neves Sueny Moura Tais Ranieri William Mota

Bahia

Abraão Penha Ana Luísa Martins Ana Paula Medeiros Anderson Carvalho Carlos Zacarias Caroline Sales Dalton Francisco Elson Sampaio Felix Gabriela Mota Gil Daltro Gleide Davis Gustavo Mascarenhas Marques Henrique Saldanha Jean Montezuma Jeciné Nascimento Joallan Rocha Josias Porto Lana Bleicher Maurício wiering Marcos Vinicius Ribeiro Monique Carneiro Priscila Costa Rafael Guimarães Renata Mallet Roseli Afonso Vladimir Arce Wellington Gardin Zózina Almeida André Freire Beatriz Fernandes Carlos Nascimento Elisa (Isa) Gonçalves Matheus Quadros Pedro Porfírio Cristina Santos Danilo Santana Davidson Luís Brito Karen Oliveira

Alagoas

Adriano Diamarante Adrícia Bonfim André Albuquerque André Pedrosa André Praxedes Beatriz Santos Brunna Moraes Davi Menezes Delanisson Araujo Eduardo Santos Elisa Alves Ellen Morais Elson Lima Ewerton Souza Felipe Sales (Bata) Fernanda Macêdo Francisco Alberto Gabriel Santos Geice Silva Geysson Santos Gustavo Leão Hammel Phillipe Hitallo Viana Jaison Xanchão João Lima Júlia Farias Jully Ramos Keise Brito Laise Pereira Larissa Oliveira Léo Bulhões Luciane Araújo Paulo Bob Raffaela Gomes Reinaldo Luna Rhary Oliveira Rodrigo Cruz Saulo Theotônio Shirlya Lima Tâmara Marie Vitória Santiago Whendell Magalhães Wibsson Ribeiro Yuri Lira

Pernambuco

Aldo Lima André Brenner André Oliveira Bruna Bezerra Diogo Xavier Everton Melo Ewerton Cunha Filipe Gondim Iris Rodrigues Ismael Feitosa José Cosme Kaline Rebeca de Lemos Malaquias Nise Santos Pedro Viegas Rafael Baltar Raissa Bezerra Rebeca Gondim Thiago Pereira Santos Victor Soares

Paraná

Gabriel Paiva Márcia Farherr Nicolas Pacheco Afonso Reno Alisson Matins Bete Candido Carla Cobalchini Débora Santos Eliane Graciano Elita Moraes Eric Gil Evandro Castagna Januza Borba Jéssica Miranda José Carlos de Assis Karen Capelesso Letícia Faria Marcello Locatelli Marcos Vinicius Mariane de Siqueira Marília Lauther Mateus Magalhães Paula Alvarenga Paulo Amaral Rodrigo Tomazini Bia João Jorge Maurício Pedro Ângelo Felipe Ponte Laercio Lorena Tom Fuzetto

Brasília

Ademar Lourenço Ana Maria Libório Antonio de Castro (Toni) Clara Martins Clarissa Araújo Edson Alexandre Gabriel Otavio Jadson Lima José Gonçalves (Jacó) Karine Alfonseca Luana da Costa (Negra Lua) Magno Pereira Marylia Alves Mayara Castro Mychel Sousa

Maranhão

Ailton Penha (Magrão) Ana Paula Martins Ana Raíssa Rodrigues Bianca Diniz Cássia Millene Gilvan Azevedo Jheny Maia Luiz Chaves Noleto Maria Dolores Silva Maria Rosane Torres Micael Carvalho Regina Sheila Bordalo Rielda Alves Serginaldo Lima

Sergipe

Bergson Marinho Cilene Santana Danilo Campos Erílio Bispo Michelle Félix Raquel Sousa Toeta Valéria Lezziane Victor Hugo Costa Zeca Oliveira

Santa Catarina

Bruno Zabot Pacheco Luiz Felipe Zimmermann Matheus Silva Nicollas de Souza Silva Victor Wolfgang Kegel Amal “ Ambev” Vitor Rollin Prudêncio “ Xuxa” Vitor Santos

Amazonas

Rao Leminski Williamis Vieira

Piauí

Gisvaldo Oliveira Ramses Pinheiro Renato Rodrigues

Goiás

Daniel Kraucher Deyner Batista Felipe Nicknig Hemanuelle Jacob Herick Araújo Pedro Henrique Martins

Amapá

Ailton “Mão” Alinne Brito Cynthia Diniz Marcão

Paraíba

Janaína Bezerra Marcelino Rodrigues

Espírito Santo

Janaína Agra


Declaração da Direção Nacional do PSTU

Um setor de companheiros deixou as fileiras do PSTU para formar outra organização (leia a carta aqui). Essa ruptura se deu depois de meses de um debate interno, amplamente democrático, em que apareceram diferenças políticas, de programa e teoria.

A diferença mais importante foi em relação a que posição tomar diante da queda do governo de colaboração de classes de Dilma, formado pelo PT e seus aliados burgueses. O setor que agora rompe com o PSTU se colocou contra a política do partido que se expressou na palavra de ordem de “Fora Dilma, Aécio, Temer, Cunha, fora todos eles!”

Na opinião dos companheiros, o PSTU deveria adotar como palavra de ordem principal “Não ao impeachment” e, nesse contexto, afirmar nossa oposição a Dilma e Temer. Defendiam que nosso partido participasse de atos da Frente Povo Sem Medo para chamá-los à formação de um terceiro campo que tivesse como eixo o “Não ao impeachment”.

A maioria do partido rechaçou esta posição por considerar que o “Não ao impeachment” e a participação em atos da Frente Povo Sem Medo significava, na prática, a mesma postura política da campanha contra o suposto golpe, deflagrada pelo PT para tentar manter Dilma no governo. A Frente Povo Sem Medo, encabeçada pelo MTST e o PSOL, foi simplesmente a ala esquerda da campanha pelo “Fica Dilma”.

A posição dos companheiros não leva em consideração que o governo Dilma, do PT, ao trair miseravelmente os trabalhadores e ao atacar seus direitos, despertou entre eles um ódio mais que merecido. Os trabalhadores queriam que o governo saísse, e esse sentimento era correto e justo. O governo Dilma não era “progressivo” frente a uma alternativa burguesa qualquer, como Temer, por exemplo. Para os trabalhadores eram iguais. Portanto, não há que se defender um contra o outro e sim lutar contra os dois. Fora Dilma, Temer Cunha e Aécio! Fora todos eles!

Por outro lado, em nossa opinião, os companheiros dão uma importância às eleições burguesas maior do que elas deveriam ter para os revolucionários. Defendem que precisamos estabelecer, sistematicamente, alianças e frentes com partidos como o PSOL, que é uma organização reformista, porque nos apresentarmos sozinhos seria nos isolarmos. Essa avaliação se apoia numa visão de que vivemos mundialmente um longo período em que não estará colocada a possibilidade de revoluções socialistas, mas apenas de revoluções democráticas e que, portanto, é imprescindível eleger deputados e participar do parlamento.

A maioria do partido não concorda com essa visão. O projeto do PSOL é radicalizar a democracia. O projeto do PSTU é fazer a revolução socialista. São coisas completamente diferentes. Não há como apresentar e construir no movimento uma alternativa revolucionária junto com uma reformista. Elas se opõem. Frente única e unidade de ação fazemos com todos, mas para a luta da nossa classe. Para construir uma alternativa revolucionária, é preciso apresentá-la com nitidez aos trabalhadores.

A experiência do PT está aí para iluminar essa discussão. O PT nunca foi um partido revolucionário. Era classista e, por isso, progressivo. Mas quando decidiu buscar alianças com outros partidos porque queria ganhar as eleições de qualquer forma, se transformou em outra coisa, nisso que estamos vendo aí hoje.

Os companheiros não quiseram esperar o congresso do partido porque já não estavam dispostos a seguir defendendo a política da maioria de nossa organização.

O PSTU lamenta que tenham decidido romper, pois sua saída enfraquece, sem dúvida, a luta por um partido revolucionário em nosso país. Esse retrocesso é um fato. Mas a luta da classe operária por sua libertação está repleta de obstáculos e revezes. É neles que se forja nossa firme determinação de construir o partido revolucionário.

Sem dúvida cometemos muitos erros, mas temos o orgulho de poder mostrar uma trajetória coerente e uma bandeira sem as manchas do oportunismo e da colaboração de classes. É nessa trajetória que continuaremos.

Os jovens que há 40 anos fundaram a Liga Operária, depois Convergência Socialista e hoje PSTU, tinham, desde o princípio, o projeto político de construir um partido que lutasse para que a classe operária faça uma revolução, tome o poder, acabe com a exploração capitalista, com toda a opressão e construa o socialismo. Um partido internacionalista, ligado desde sua fundação a uma internacional revolucionária, a Liga Internacional dos Trabalhadores – Quarta Internacional (LIT-QI). Disposto a fazer toda unidade de ação ou frentes para lutar pelos interesses dos trabalhadores, contra o capital e também contra toda opressão machista, racista ou homofóbica, mas que nunca perca de vista esse objetivo maior.

Aos companheiros que acompanharam nossa trajetória nestes anos e ajudaram a construir o PSTU, mas principalmente aos milhares de operários e jovens que despontaram para a luta nestes últimos anos dirigimos este chamado: a hora é de intensificar esforços na construção dessa ferramenta revolucionária! Tomem esta bandeira em suas mãos!

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