Não significa prejuízo, mas significa que as taxas de lucro cresceram menos em relação à 2015. Já está em curso uma forte operação para recompor o crescimento do lucro. Ás vésperas da campanha salarial dos bancários o resultado será utilizado pelos banqueiros como mais um fator de pressão de arrocho sobre o salário dos bancários e de muito mais assédio no dia a dia dos locais de trabalho. Para os clientes, taxas ainda maiores de juros estão nos planos.
Dentre os 5 maiores bancos, o Banco do Brasil apresentou o maior recuo no lucro líquido, cerca de 45% de retração; seguido do Santander, com um recuo de cerca de 43%; da Caixa, com quase 30%; do Itaú, com aproximadamente 10% e, por fim o Bradesco, com uma retração de 5,7%. Esses índices foram obtidos comparando o resultado do 1º semestre de 2016 com o 1º semestre de 2015.
Nova retomada do aumento do lucro: comparando os resultados do 1º e 2º trimestre de 2016
Ao observarmos, no entanto, o resultado por trimestre em 2016, vemos uma retomada do aumento dos lucros de todos os 5 maiores bancos. A Caixa apresentou o maior aumento no 2º trimestre, 92,1% em relação ao primeiro trimestre; seguida do Banco do Brasil, com um aumento de 40%; do Santander, com 11%; do Itaú, com 8% e; por fim, o Bradesco, com 1,1% de aumento em relação ao 1º trimestre. Os bancos que tiveram as maiores retrações em 1 ano, apresentaram o maior crescimento de um trimestre para o outro em 2016.
Retomada do crescimento do lucro que, para os bancários, significam outras coisas: demissões, reestruturações, pressão por metas cada vez mais astronômicas, assédio moral, entre outros ataques que vão deixando os trabalhadores no limite, pagando com a sua saúde pelos bolsos dos banqueiros que voltam a encher ainda mais. Por outro lado, o discurso da retração deve voltar com força na campanha salarial como forma de pressionar ainda mais os salários com arrocho.
Passar por cima das direções burocráticas: os bancários precisam se apropriar de sua campanha salarial
A consolidação do governo golpista de Temer e o ambiente “favorável” que este promete criar para mais ataques aos direitos dos trabalhadores deixarão a FEBRABAN muito à vontade para cobrar essa conta na carne dos bancários, com a conivência da burocracia sindical da CUT e CTB.
Os bancários formam uma categoria que poderia cumprir um papel estratégico na luta contra o golpe e os ataques aos trabalhadores do país. No entanto, as direções burocráticas dos principais sindicatos de bancários falam muito e não fazem praticamente nada. Permanecem descolados da realidade nos locais de trabalho, organizam dias de luta sem o protagonismo dos trabalhadores, não chamam assembleias, viram as costas para os métodos que de fato poderiam colocar em xeque os abutres da direita golpista.
Os milhares de bancários que já tem suas vidas diretamente afetadas por esta artilharia pesada de ataques não podem passar mais um ano como espectadores de sua própria greve e sua campanha salarial.