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Segunda, 12 Setembro 2016 06:54 Última modificação em Quinta, 15 Setembro 2016 17:16

Ato em São Paulo contra Temer diminui e é marcado por manobra do PT

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País: Brasil / Antifascismo e anti-racismo / Fonte: Esquerda Diário
Com uma convocatória visivelmente inferior da ocorrida no domingo passado, alguns milhares de manifestantes atenderam ao chamado da Frente Brasil Popular e da Frente Povo Sem Medo e foram ontem à Paulista na capital paulista.

Diferentemente daquele ato massivo de 100 mil, este foi essencialmente composto pela militância do PT (sendo poucos setores de base), PCdoB, da CUT e da CTB. O MTST pouco mobilizou. Estavam presentes também as diversas correntes do PSOL, com Erundina, o MAIS, e o PSTU (que saiu às ruas em um ato em comum com parte dos setores que lutam contra Temer e os golpistas pela primeira vez).

Sem as novas gerações e da velha guarda progressista e de esquerda paulistana que é muito ampla que foram maioria no outro ato e impediu que o chamado de “Diretas Já”, que mascara o “Volta Lula” ou “Volta PT”, neste domingo, o PT literalmente “tomou de assalto” a manifestação. Quis transformá-la num comício em apoio à reeleição de Haddad, que interviu no carro de som, ao lado dos senadores petistas Lindberg Farias e Vanessa Grazziotin e do deputado federal Paulo Teixeira. É possível ver no Facebook de cada um deles este caráter de sua participação.

Queriam tirar fotos com Haddad para tentar transferir certa autoridade que ganharam na superestrutura entre setores que “lutaram” contra o golpe (são do mesmo partido da CUT, que pouco mobilizou), numa operação petista para tentar não perder seu principal centro eleitoral no país, pois somente se o PT mantém São Paulo pode diminuir a bancarrota enorme nas eleições municipais. Além de Eduardo Suplicy, o principal candidato a vereador do PT (que saiu do senado a vereador para tentar revitalizar a bancada petista na cidade). Chegaram a tentar agitar a partir do carro de som um “Haddad Já” (talvez para colocar em algum vídeo de campanha), que ainda assim teve pouca adesão, o que mostra a magnitude da crise petista. Distribuíram massivamente adesivos “Fora Temer\Fica Haddad”, mais uma manobra eleitoralista descarada.

Frente à clara tentativa do PT em transformar o ato contra Temer e seus ajustes em uma busca de recompor o PT em forma eleitoral, o Movimento Revolucionário de Trabalhadores (MRT), organização política que impulsiona o Esquerda Diário, que compunha um bloco na concentração com a Juventude Faísca, debateu com as dezenas que ali estavam essa situação e votou romper com a manifestação depois da fala do Haddad, antes do começo da marcha rumo ao Ibirapuera, que foi realizada depois de mais uma aberta provocação policial que foi controlada pelos manifestantes que estavam realizando um ato pacífico, ainda assim a PM teve o descaradamente de levar 3 detidos. Em declaração antes dos atos do ultimo domingo, o MRT já tinha expressado o alerta de como se altera o cenário estratégico destes atos pós golpe e em plena conjuntura eleitoral, o que se expressou nesse ato.

O Esquerda Diário conversou com Diana Assunção, candidata a vereadora do MRT pelo PSOL, que explicou: “A manifestação de hoje mostrou como o PT tenta transformar a justa e correta luta contra Temer e seus ataques em uma iniciativa para recompor a si mesmo e suas candidaturas. Sem sectarismo, fomos a todas manifestações progressistas contra a direita, o golpe e os ataques que esta planeja fazer, aprofundando o que o PT já fazia. No domingo passado, alertamos em relação a essa manobra do PT de transformar este movimento progressista e seu potencial para enfrentar o governo nas lutas, em showmícios de salvação eleitoral. Chamamos todos que lutaram contra o golpe a não aceitar essa manobra petista”.

Marcelo Pablito, diretor do Sintusp, completou “nós lutamos intransigentemente contra a direita, o golpe e os ataques do governo Temer, porém o fazemos de forma independente do PT. Alertamos a juventude e todos que lutaram contra o golpe a não ser massa de manobra e ajudar o PT a se recompor eleitoralmente sob custo de desviar a luta das ruas. Chamamos a esquerda a não compactuar com essa manobra e a batalhar por uma política independente. Chega a chamar atenção que o PSTU, depois de ter sido linha auxiliar do golpe com seu “Fora Dilma”, tenha resolvido vir pela primeira vez e marchar justo no ato mais de adaptado ao PT dos últimos meses dessa luta que esteve ausente. Insistimos que é preciso lutar contra a direita e os ataques de Temer com uma estratégia independente do PT, com uma linha clara de combate á burocracia sindical e na organização de lutas concretas dos trabalhadores nas campanhas salariais e tentando unificá-las numa greve geral contra os ataques e golpe. Seguimos nessa batalha.”

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