A entidade feminista Falando Nós expressou o seu "total rejeitamento" ao programa de atividades do departamento de (alegada) Igualdade da Cámara Municipal chefiada polo patriarcal Partido Popular, a quem acusam de "esquecer de novo a verdadeira problemática que estamos a viver as mulheres na atualidade, e ademais condeando-nos mais umha vez a arrastar o estereótipo de mulher responsável única dos cuidados familiares".
O alvo das críticas feministas foi a absurda programaçom com que o governo local de Ourense insultou a memória das heroínas de 8 de Março e, também, a histórica luita das mulheres pola igualdade. Assim, a Cámara Municipal concedeu o undécimo prémio Clara Campoamor (política feminista que conseguiu o voto feminino no Estado espanhol) a um homem. Para Falando Nós isto é um "desacerto total, sem entrar a avaliar os méritos prifessionais desta figura" já que consideram que "este prémio criou-se precisamente para recuperar e visibilizar figuras de mulheres que lembrem que (...) também existimos", usando-as como "modelo". Por isso, o "nomeamento dum homem para este prémio esquece o que realmente se está passando com as mulheres" num contexto que, recordam, é o de "maior retroceso nos direitos fundamentais como pessoas que se tem experimentado en muitos anos, e com que comprovamos que a desigualdade cresce" com consequências como os assassinatos machistas, o reforçamento dos estereótipos patriarcais e a consolidaçom da diferença salarial entre homens e mulheres. Foi a primeira vez que o prémio nom foi concedido a umha mulher. A Marcha Mundial das Mulheres - que também tinha mobilizaçom na cidade - pediu que fosse anulada a decissom do juri.
Nom contentes com isso, os e as vereadoras do PP em Ourense completárom a programaçom com um programa de lazer e desportivo sem qualquer relaçom com a dramática opressom sofrida polas mulheres galegas às maos do machismo: zumba, aquagym ou um concerto de Minimalia faziam parte do delirante programa, principalmente executado - também - por homens. "O que fai [a Cámara de Ourense] é organizar actividades lúdico deportivas que nada fam por representar a realidade discriminatoria que estamos a viver, numha evidente estratégia de despiste para obviar o que de verdade acontece e que após séculos de luita continuamos sendo cidadás de segunda, e que as políticas de cortes do governo do PP estám a eliminar dos orçamentos municipais e estatais os programas de prevençom da violência de género e ajuda a mulheres vítimas de violência". As feministas explicam que "ganhamos 20 % menos que os homens, que a maior percentagem de desemprego é feminino, que os contratos das mulheres som maioritariamente a tempo parcial e de curta duraçom, a falta de medidas para a conciliaçom laboral e familiar, que a pobreza ataca especialmente as mulheres que moram sós e com familiares e filhos ao seu cargo.
Também no pleno municipal houvo críticas, com o grupo cidadanista Ourense en Común se negando a participar nos atos institucionais de 8 de Março, que considerárom um despreço à data. De OUeC criticárom também, através da vozeira Ledicia Piñeiro, a sobrerrepresentaçom masculina em todo o programa, e aderirom as mobilizaçons da MMM, tal como a reivindicaçom de anulaçom da decisom do juri, ao mesmo tempo que figêrom fincapé no "trabalho histórico de coletivos feministas".