Audiência Nacional já investiga jornalistas do galizalivre no contexto das ‘Operaçons Jaro’ contra o independentismo
No passado mês de abril, a ‘Jefatura’ de Informaçom da guarda civil expediu um ofício ao julgado número 6 da Audiência Nacional com o objectivo de este fazer chegar um auto judicial ao jornal Novas da Galiza. A pretensom é que a publicaçom identifique o jornalista Jorge Paços Meirol, opinador ocasional deste periódico, e na actualidade jornalista do galizalivre.
Segundo se afirma literalmente no auto judicial trata-se de “requerir a identificaçom da pessoa que tem escrito artigos na secçom de opiniom do citado diário (sic), utilizando para isso o pseudónimo de ‘Jorge Paços Meirol’, assim como a percepçom económica que puider perceber por cada um dos artigos publicados nesse jornal”.
O auto justifica a vulneraçom do direito à privacidade recolhido no artigo 18 da Constituiçom espanhola por que “cabe definir o delito investigado como grave”. A actividade jornalística desenvolvida por Jorge Paços, segundo o auto, enquadraria-se em todos ou cada um dos delitos considerados nas Operaçons Jaro, sempre por volta do difuso conceito de ‘enaltecimento do terrorismo’.
O jornal soberanista já se pujo em contacto com os seus advogados para conhecer as possibilidades legais na protecçom da privacidade das fontes e do segredo profissional.
O auto, assinado polo juiz Diego de Egea Torrón, enquadra-se na ampliaçom do sumário das Operaçons Jaro I e II, lançadas pola Audiência Nacional e executadas pola guarda civil nos anos 2015 e 2017. Saldárom-se com a detençom de doze militantes galegas e galegos, e visam a puniçom carcerária de activistas e a ilegalizaçom ou máxima limitaçom de actividades de Causa Galiza e Ceivar.
Umha análise rigorosa.
Desde que o processo de espionagem contra a militáncia galega -habitualmente alegal ou ilegal, e sempre quotidiano- alcança rango legal, e passa mesmo a atingir a jornalistas que se comprometem com a sua Terra através da palavra, galizalivre considera pertinente umha análise.
Nos últimos três lustros, a ofensiva repressiva contra o independentismo nom só se saldou com o encarceramento de militantes acusados de envolvimento com a resistência galega, senom que foi focalizada contra organizaçons juvenis (AMI), políticas (Causa Galiza), antirepressivas (Ceivar), além de derivar em atropelos contra espaços associativos e a liberdade de expressom: registo e saqueio de centros sociais, encerramento de páginas web (a da própria AMI), limitaçons ao reparto de propaganda sem amparo judicial, traduzida em identificaçons constantes, roubo de material, filmaçons.
Independentemente de os processos judiciais abertos rematarem em juízos, condenas ou absolviçons, a própria puniçom constituem-na as operaçons em si, e todo o ambiente que generam (com a ajuda impagável da imprensa galego-espanhola e os colunistas servis). A pretensom estatal, omnipresente nas últimas quatro décadas da história da Galiza, é a definitiva desarticulaçom do independentismo histórico. Pretensom que o poder espanhol nunca foi capaz de consumar.
Na linha informativa que este portal leva mantendo nos seus dezassete anos de vida, fugimos de todo exagero, sensacionalismo e vitimismo. Entendemos que a obsessom por banir-nos das ruas e das redes -ou, quanto menos, de fazer incómodo e árduo o nosso trabalho- parte do antagonismo irreconciliável entre o projecto liberticida do Estado espanhol e o independentismo galego. Antagonismo que só pode resolver-se com a aposta decididida e destemida dum sector do nosso povo por encaminhar-se cara os seus objectivos finais, sem temor às portagens repressivas, e sem ceder nem um milímetro na defesa de espaços de liberdade de associaçom e expressom que o próprio Estado canalha diz reconhecer.
Nestas coordenadas continuamos caminhando e informando.