Argumentos paisagísticos, de defesa da atividade agrária, ambiental, turística... juntárom várias dezenas de milhares de pessoas, que enchêrom a praça do Obradoiro reclamando à Junta da Galiza a paralisaçom imediata do projeto da mina em Touro.
A poluiçom da água, que ainda se verifica dos projetos mineiros do século passado, é um dos principais temores da populaçom da comarca onde já estám a fazer-se sondagens para umha mega-mina de cobre.
A mobilizaçom de onte multiplicou as anteriores, ultrapassando as previsons da Plataforma Vicinal Mina Touro-O Pino Nom e da Plataforma em Defesa da Ria de Arouça, principais protagonistas da resposta popular contra a tentativa da empresa 'Cobre San Rafael', que leva meses de campanha em defesa do seu negócio, que conta com capital da China e do Chipre, além do que representam várias firmas galegas do setor envolvidas no projeto (Francisco Gómez y Cía. S.L., Minas Metálicas del Noroeste S.L., Explotaciones Gallegas S.L., entre outras).
Instituiçons públicas ao serviço do negócio privado
A Cámara Municipal e as instituiçons autonómicas estám a dar cobertura ao projeto, umha exploraçom a céu aberto em que grandes detonaçons quebrariam as rochas para o seu transporte para serem trituradas e, com umha série de produtos químicos, retirar por flutuaçom o cobre, que iria ser refinado em Huelva (Andaluzia).
A poeira, a poluiçom das águas, a poluiçom sonora (seis grandes explosons diárias), os despejos em duas grandes entulheiras, incluindo produtos tóxicos com sulfuros que em contacto com o ar formariam ácido sulfúrico (drenagem ácida de minas), com grave risco para as águas...
Seriam 15 anos de atividade e centenas de postos de trabalho (400) que, em opiniom dos setores populares contrários ao projeto, hipotecariam o futuro da comarca dos filhos e netos, pola grave deterioraçom ambiental da zona, para além da exploraçom laboral que trará para o pessoal nom qualificado, que será a maioria.
Por todo o que o projeto significaria em termos de poluiçom, destruiçom e empobrecimento do território, a manifestaçom apontou para o poder político, cúmplice da selvajaria capitalista privada.
Capitalismo desbocado à procura do lucro: os projetos mineiros mais agressivos de céu aberto chegam à Europa
Como pano de fundo, a falta de alternativas produtivas a nível agrário e industrial de carácter público e de aproveitamento das potencialidades da Galiza, com escala, racionalidade ambiental e critério de classe.
A falta de estratégia nacional e de classe entrega aos capitais privados galegos e internacionais os recursos do País, condenando à miséria a maioria na mesma medida que seus negócios engordam com o único critério da lucratividade privada.
A carência de soberania e o poder em maos do capital impede desenhar e aplicar umha estratégia socioeconómica que sirva às necessidades da classe trabalhadora galega e nom aos capitais financeiro e industrial, que investem em diferentes pontos do planeta em aliança com os capitais locais, em funçom, exclusivamente, do lucro rápido de fundos de investimentos internacionais e dos seus servidores burgueses na nossa terra.
O de Touro e do Pino é só mais um exemplo de um fenómeno que se reproduz constantemente em todo o mundo, se bem pom de manifesto como a desindustrializaçom e o empobrecimento da Europa já traz para o nosso continente projetos que até há uns anos eram reservados para o chamado "terceiro mundo".
O bem sucedido precedente de luita do movimento popular em Corcoesto encoraja a vizinhança da área afetada a incrementar a pressom mobilizadora contra o PP e os seus aliados empresariais, até a paralisaçom definitiva desta nova ameaça mineira do capital privado contra a maioria. No entanto, o problema de fundo subsiste: o capitalismo nom pode funcionar doutro jeito e os projetos respondem sempre à imperiosa necessidade de valorizaçom de capitais, sem importar o custo ambiental. O desafio de fundo continua a ser o mesmo: quebrar essa lógica perversa e contrária aos interesses da maioria da humanidade.