O começo do ano 2015-2016 chegou com a posta em andamento do processo de assembleias abertas chamado Assembleias de Base (AB), impulsado pola Liga Estudantil Galega, Comités e Agir. A militáncia de Liça apostou por participar deste processo em que as entidades impulsoras tencionavam recuperar "a iniciativa no movimento estudantil" que, segundo a visom de Liça, teriam perdido "em favor dos comités de greve" do ano anterior.
Num extenso comunicado enviado para o Diário Liberdade, a organizaçom estudantil anarquista explica que participou no processo para conseguir "horizontalidade e transparência, independência de interesses partidistas, aposta pola açom direta e autogestom" no movimento estudantil, para atingir "um novo modelo de ensino e de umha gestom popular deste". Da sua posiçom Liça terá descoberto intençons e interesses ocultos "por trás da criaçom do processo", asseguram, com setores "enfrentados" em defesa de grupos políticos institucionais. Nessa "tensom e pugna" que Liça descreve como "espetáculo lamentável", as Assembleias de Base terám perdido "o carater aparentemente amplo e unitário".
Na sua crítica, Liça também ataca a greve estudantil nacional de passado dia 13 de abril convocada precisamente por Erguer (igual que a convocada polo Sindicato de Estudiantes). A importante adesom às 14 mobilizaçons convocadas em todo o país pola recém-nascida organizaçom estudantil nom impede o coletivo libertário-anarquista classificar a greve de "enéssima greve ritual, essa que toca inquestionavelmente todos os anos polos mesmos motivos apesar de que nunca se conseguem as reivindicaçons que supostamente motivam a sua convocatória". E, apesar disso, explicam os e as militantes de Liça, optárom "também neste caso por participar e intentar que estes comités tivessem umha boa atividade e fossem por caminhos honestos que servissem só os interesses do estudantado". No ámbito dessa greve, Liça critica um setor vinculado a parte do nacionalismo institucional por terem "outras intençons", nomeadamente a de converter os comités de greve "na Candidatura Unitária Estudantil (CUE)" e entrar "na farsa eleitoral de instituiçons antidemocráticas como o Claustro, lançando ao estudantado a falsa ilusom de ver os seus problemas solucionados a través de instituiçons" em que o alunado constitui um elemento "decorativo".
Liça rejeita participar nas novas estruturas estudantis por considerá-las um modelo "fracassado" e incompatível
"Vendo como iam decorrendo os acontecimentos, o ceticismo foi medrando na militáncia de Liça. Cada vez confiávamos menos em que as manobras que se estavam a produzir fossem materializar-se finalmente numha nova forma de promover a luita estudantil desde os piares da horizontalidade e do questionamento radical do ensino e da sua gestom" - continuam no seu longo comunicado. Mesmo assim, Liça participou da Assembleia Nacional Constituinte da organizaçom que sairia das AB e que deu na Assembleia Nacional das Estudantes Galegas (ANEGA) aprovando um modelo de organizaçom "que deixa a porta aberta ao funcionamento vertical (...), a dependência das subvençons, o jogo institucional e umha análise que deixa a superaçom do capitalismo em simples palavras bonitas". O coletivo estudantil anarquista viu rejeitadas as suas propostas e, agora, considera que nom pode "participar de um projeto que claramente supom o mesmo que já tínhamos e assina de forma automática os métodos que levárom à situaçom de fracasso geralizado que sofre desde há tempo o movimento estudantil. Nom podemos fazê-lo nem sequer apelando à procura da unidade do estudantado, pois esta nom vale nada se nom se artelha arredor de uns princípios, estratégias e finalidades partilhadas".
Para Liça "o movimento estudantil só mudou de forma com respeito aos cursos passados", estando "longe de ser hegemónico entre o estudantado" e estando, na opiniom das e dos anarquistas, perante umha "reestruturaçom de diferentes agentes que já operavam, com umha adaptaçom ao esquema político galego atual, na que Erguer é o BNG, ANEGA é Anova-IN e a CUE é En Marea". Dita correspondência definiria-a Liça como "política no pior sentido da palavra".
O estudantado anarquista agrupado em Liça continuará, di, luitando "contra quem fai do ensino um privilégio para umhas poucas" e tentando ser "umha potente arma contra as oprimidas".