[Rafael Silva; Laboratório Filosófico] A atual “crise penitenciária brasileira”, se fosse levada a sério, seja pela opinião pública, seja pela mídia, seja sobretudo pelo poder do Estado, deveria ser chamada de “crise da sociedade brasileira”. Porém, não chegar a essa conclusão é estratégico. O Estado, com a ajuda da mídia, mantém a opinião pública alienada do fato de que tal crise começa e termina fora dos presídios, muito embora seja mais visível neles, pois ela habita o mesmo edifício social no qual todos vivemos. O problema dessa questionável estratégia é que ela aumenta a crise que visa esconder. A atual “crise penitenciária brasileira”, se fosse levada a sério, seja pela opinião pública, seja pela mídia, seja sobretudo pelo poder do Estado, deveria ser chamada de “crise da sociedade brasileira”. Porém, não chegar a essa conclusão é estratégico. O Estado, com a ajuda da mídia, mantém a opinião pública alienada do fato de que tal crise começa e termina fora dos presídios, muito embora seja mais visível neles, pois ela habita o mesmo edifício social no qual todos vivemos. O problema dessa questionável estratégia é que ela aumenta a crise que visa esconder.
Como a maioria das unidades prisionais brasileiras, o Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), em Manaus (AM), encerrou 2016 superlotado, com 1.224 presos, 170% acima da capacidade de 454 vagas, e começou 2017 como notícia em todo país, com uma rebelião que culminou na morte de ao menos 56 pessoas, em cenário indescritivelmente terrível.
Com a proposta comum de descontruir o punitivismo vigente na sociedade brasileira, 120 pessoas, de diferentes grupos que atuam pela promoção de direitos humanos, além de egressos do sistema penal e familiares de pessoas presas, participaram em 8 de outubro, na Casa de Oração do Povo da Rua, em São Paulo (SP), de um encontro de reflexão sobre a Agenda Nacional pelo Desencarceramento, que lançada em 2013 propõe, a partir de 10 diretrizes, o amplo desencarceramento no país e a desmilitarização das polícias.
Fuxe, home, fuxe. Diario dun preso FIES, do corunhês Xosé Tarrío, um clássico da literatura anti-carcerária, acabou de ser editado pela primeira vez em galego. Desde a sua edição em castelhano em 1997 converteu-se num texto de referência pela sua denúncia da realidade das prisões no Estado espanhol. A edição vai ao cargo da associação sem fins lucrativos Nais contra a impunidade.
Quem somos | Info legal | Publicidade | Copyleft © 2010 Diário Liberdade.
Contacto: diarioliberdade [arroba] gmail.com | Telf: (+34) 717714759