Washington e os seus aliados europeus, árabes, turcos e israelitas nom apresentárom nem umha só prova, nem realizárom nengumha investigaçom ao respeito. A ausência de informaçom impede saber o tipo de arma química utilizado. Se foi o gás nervoso Sarim (o que Assad entregou à ONU em 2013), porque os chamados “Capacetes Brancos” -que operam na zona controlada polos terroristas-, tocam o corpo dos feridos e falecidos sem proteçom? A Síria, recentemente denunciou ante a ONU a entrada em Idlib de produtos químicos a partir do Iraque e Turquia, países sob o controlo militar dos EUA.
É possível que estejamos ante a terceira fase da destruiçom do Estado sírio: a primeira desenvolveu-se entre 2008 e 2014, desestabilizando o país, e a segunda iniciou-se patrocinando os “jihadistas” do Estado Islámico, que já cumprírom a sua missom: arrasar a Síria, para aplanar o caminho de umha intervençom terrestre “low cost” da NATO.
“Cui bono” do uso de armas químicas?
Sobre a autoria do acontecido há várias versons:
1. Que a aviaçom síria lance gás Sarim sobre umha fábrica de armas tóxicas controlada polos terroristas, desatando o letal agente nervoso. Se for assim, Assad além de tonto deve ser um suicida, precisamente quando dias antes Trump tinha afirmado que abandonava a ideia de o derrocar.
2. Que, como afirma o Kremlin, a Síria bombardeou esta fábrica de armas dos rebeldes sem saber que ali tinham depositado armas químicas.
3. Que os terroristas cometa este ato sob “bandeira falsa”, dando pretexto à NATO para intervir, ao ver que Trump se negava a depor o presidente sírio. Segundo New York Times (de 21 de novembro de 2016), o ISIS utilizou armas químicas em 52 ocasions na Síria e Iraque. Quem lhos proporciona?
4. Que um grupo da oposiçom as tenha usado contra outro, culpando o governo sírio. Al Qaeda em várias ocasions realizou matanças coletivas dos militantes de grupos rivais.
5. Nom deve ser descartado que fosse umha das “operaçons encobertas” dos Esquadrons da morte criados em 2011 polo especialista na matéria Robert Ford, o ex-embaixador dos EUA em Damasco e em Bagdá.
O assassinato dos civis, considerado “dano colateral” por umha causa superior é um atroz crime de guerra. Os propósitos dos EUA desta acusaçom som as mesmas que perseguiu em setembro do 2013 acusando o governo sírio do uso de armas de destruiçom em massa, apesar de que os rebeldes reconhecessem o seu envolvimento à jornalista de Associated Press, Dale Gavlak: tinham-nas recebido da Arábia Saudita e foi um “acidente” por má manipulaçom das mesmas.
Os objetivos do ataque de EUA
- Impingir um duro golpe àquela façom do stablishment que se aproximava da Rússia e do Irám, ao considerar a China o principal inimigo do império, e cujo representante foi Obama. Os governos de Israel, Arábia Saudita e Turquia nom ocultam a sua satisfaçom.
- Suspender a conferência organizada pola ONU sobre a paz na Síria, que se ia celebrar a 5 de abril. O fracasso das negociaçons realizadas entre a Turquia, o Irám e a oposiçom síria de Astaná (Kazakhistám) dirigidas por Moscovo, pode ter contribuído para a tomada desta decisom.
- Criar zonas de exclusom aérea e terrestre nas fronteiras da Síria com a Jordánia e a Turquia. Trump ordenou publicamente ao Pentágono estabelecer zonas “seguras” na Síria no dia 19 de janeiro passado, iniciando a balcanizaçom do país, através de umha paz armada.
- Forçar Assad a escolher entre umha das 5 opçons de como pode abandonar o poder, que se lhe ofereceu em maio do 2016: Rex Tillerson anuncia que se estám a dar passos para eliminar o presidente sírio. Este foi o propósito dos EUA desde 2006. Ao invés de quem (perigosamente) menospreza o incontestável poder militar dos EUA, afirmando que a Rússia e o Irám conseguírom salvar Assad dos ataques da soma das forças da NATO, Israel e os 11 países árabes do Conselho de Cooperaçom do Golfo Pérsico, o certo é que Barak
Obama atrasou a destituiçom do doutor Assad polas seguintes razons:
1. Nom provocar o Irám (que considera a Síria umha questom estratégica para disuadir Israel de um ataque) no meio das negociaçons nucleares. Para Obama, era mais importante entrar na história por ter impedido um Irám nuclear (e sem disparar um só míssil) do que eliminar um presidente na Síria que iria cair tarde ou cedo.
2. A incapacidade da oposiçom para formar umha alternativa viável a Assad.
3. Decidiu converter a Síria num pántano, onde os inimigos dos EUA e Israel (Rússia, Irám, Turquia, Hizbolá, etc.) se desgastavam, e nom acabar a guerra. Ante inimigos debilitados, os custos de umha intervençom direta no futuro seriam menores.
Os EUA avançam no seu plano de reconfigurar o mapa do estratégico Oriente Próximo, iniciado depois da quda da Uniom Soviética. A principal tarefa das forças progressistas nestes momentos nom é defender a inocência de Assad (que está a cair desde 2011 a velocidade lenta, pola conspiraçom das potências regionais e mundiais, mas também polas suas próprias políticas), e si organizar movimentos contra a guerra imperialista a nível mundial: imaginemos por um momento como mudaria de forma qualitativa a dimensom desta guerra se os EUA causam grandes baixas entre os militares russos na Síria.