EUA, Grã-Bretanha, França e outros anunciaram que entrarão em céus sírios para "combater o terror" do Estado Islâmico. A Rússia dirá o mesmo para justificar sua presença em operações aéreas, decolando de Latakia. Só pela própria presença, os russos garantirão que ninguém por ali use capacidades para finalidades nefandas. Além disso, a inteligência que os quadros aéreos russos podem fornecer será útil aos sírios nas operações em solo.
O governo Obama foi colhido de surpresa pelos movimentos dos russos e iranianos. Absolutamente não tinha o que fazer contra eles. O governo e o comentariato nos EUA, tentando ocultar essa impotência, inventou 'previsões' pelas quais a campanha russa seria rematado fracasso.
Obama em pessoa liderou a matilha:
"A tentativa de Rússia e Irã de defender Assad e tentar pacificar a população só vai empurrá-los para um pântano de onde não conseguirão sair e não vai funcionar" – disse Obama numa conferência com a imprensa na Casa Branca na 6ª-feira..."
Para que ninguém esqueça e o leitor divirta-se um pouco, aí vai uma lista incompleta de 'análises' e tolices jornalísticas publicadas e que 'provaram' o "fracasso da Rússia" (em ing.):
- Obama: Russia's strategy in Syria 'doomed to fail' - Al Jazeerah, 11/9/2015
- Could Syria be Putin's Afghanistan? - Al Jazeerah, 14/9/2015
- Why Iran’s Plan in Syria Will Fail - Aawsad, 15/9/2015
- U.S. to Putin: Welcome to the ISIS ‘Quagmire’ - The Daily Beast, 29/9/2015
- Secretary of Defense: Russia ‘Doomed to Fail’ in Syria – 30/9/2015
- Saudi official says Russia will fail to save Syria's Assad - USA Today, 30/9/2015
- Why Putin is doomed to fail in Syria - Vox.com, 1/10/2015
- Obama: Russia heading for 'quagmire' in Syria - CNN, 2/10/2015
- Obama Sees Russia Failing in Syria Effort - NY Times, 2/10/2015
- Like Brezhnev in Afghanistan, Putin will Fail in Syria - Palestinian Chronicle, 5/10/2015
- Putin will fail in Syria: The West must take a step back - CityAM, 5/10/2015
- DOD: Russia 'Doomed to Fail' in Syria - CNS news, 6/10/2015
- Don’t Chase Putin Out of Syria — Let Him Fail On His Own - GMF-US, 9/10/2015
- Echoes of Afghanistan in Syria - National Interest, 9/10/2015
- Russian army in Syria: A failure foretold - Ynet News, 10/10/2015
- Russia's ‘quagmire’ destroys all hope of defeating ISIS - The Hill, 16/10/2015
- Russians support airstrikes in Syria, despite haunting memories of quagmire in Afghanistan - Foxnew, 20/10/2015
- Russia risks Syrian quagmire -U.S. deputy secretary of state - Reuters, 31/10/2015
- The Syrian quagmire - Daily Times (Pakistan), 3/11/2015
- Putin is in a quagmire in Syria — and Russians deserve better - Chicago Tribune, 11/11/2015
- Is Russia’s Syria Intervention Doomed to Fail? - RUSI, 20/11/2015
- Russia's Failed Adventure in Syria - Gatestone Institute, 1/12/2015
- Putin risks a new Afghanistan, Obama warns - Politico, 1/12/2015
- Putin's Quagmire in Syria Proves Obama Prescient - Bloomberg, 9/12/2015
- Putin bogging down in Syria – 10/12/2015
- Putin's Middle East Misadventures - U.S. News, 11/12/2015
- Is Syria Already A Quagmire For Putin? - Outside the Beltway, 12/12/2015
- The Danger of Putin Losing in Syria - The Atlantic, 11/1/2016
- Russia will 'fail to save' Syria's Assad: Saudi Foreign Minister - Daily Mail, 14/2/2016
- Putin is making a mistake in Syria — and Russia will pay the price - WaPo, 26/9/2016
- The Latest: Tillerson says Russia has ‘failed’ in Syria - Fox, 6/4/2017
- Russia is at a dead-end in Syria - Al Jazeerah, 25/6/2015
- Putin is drowning in Syria - Israel National News, 28/6/2017
Em outubro de 2015, no auge do massacre pela propaganda, os presidentes de Rússia e Síria reuniram-se em Moscou. Foi encontro caloroso, indiferente aos esforços sem qualquer fundamento, pelo NY Times para pintar a reunião como "gelada". Ali se definiram os planos para os esforços militares para retomar o controle sobre o país. E se fizeram grandes esforços e foram muito bem-sucedidos. O 'pântano' em que a Rússia afundaria na Síria logo se revelou Uma Campanha muito bem Planejada e Executada.
Os EUA fizeram tudo que puderam para impedir o progresso de sírios e russos naquela guerra. Mas, apesar dos ingentes esforços de Obama, a aliança síria conseguir recuperar o controle sobre Aleppo, Palmira, Deir Ezzor e grande parte do sudeste. As fronteiras com Líbano e Iraque foram reabertas e protegidas. A pressão russa converteu a Turquia. Negociaram-se cessar-fogo locais em mais de 2.500 cidades e vilarejos. O Estado Islâmico está derrotado. O exército sírio é outra vez força poderosa e plenamente equipada.
Ontem, o presidente sírio Bashar al Assad novamente se reuniu com o presidente Putin. Assad disse:
"Estou muito feliz com essa oportunidade de encontrá-lo agora, dois anos e várias semanas depois de a Rússia iniciar sua operação tão bem-sucedida.
Ao longo desse período, alcançamos grande sucesso seja no campo de combate seja pela via política. Muitas regiões na Síria foram liberadas dos terroristas, e os sírios que tiveram de fugir daquelas regiões podem afinal voltar para casa."
Depois de várias horas de conversa, Putin apresentou Assad aos comandantes militares russos. O presidente russo disse:
"Como todos sabem, teremos uma reunião trilateral aqui em Sochi. Mas quero lembrar que, sem as forças armadas, sem os esforços dos senhores e o heroísmo de seus subordinados, não haveria condições para qualquer processo político. Esse objetivo foi alcançado graças às Forças Armadas da Rússia e aos amigos da Síria no campo de batalha. Muito obrigado por isso."
Desde 1945, pode-se dizer, os militares norte-americanos não vencem guerra alguma. (Não. Grenada não conta.) A Rússia mostrou, na Síria, como se faz. A batalha pela Síria que sírios e russos e Hezbollah venceram deve ser objeto de estudo e reflexão para os especialistas "ocidentais".
A reunião de ontem foi evento de lançamento da principal ação e campanha diplomática para decidir o fim da guerra. Hoje Putin falou pelo telefone com o presidente Trump dos EUA, como rei saudita e com o emir do Qatar. Amanhã se reúne com o presidente Rouhani do Irã e com o presidente Erdogan da Turquia. A determinação e a coragem dos sírios, que apoiaram o presidente Assad desde o primeiro momento; aliados confiáveis; e a competência militar dos russos mudaram o destino daquela guerra. A reunião em Sochi fixa os alicerces para uma paz duradoura.
Ainda há desafios restantes: a Al-Qaeda ainda controla o governorado de Idleb; Israel acoberta grupos jihadistas terroristas nas colinas do Golan; os EUA e seus agentes curdos tentam ainda fixar-se no nordeste da Síria. Ainda demorará um, dois anos e ainda haverá combates até que se superem essas questões. Mas as condições para resolver os problemas residuais estão já claramente construídas e instaladas. O trabalho diplomático, agora, de russos e sírios, encontrará soluções para muitos ou para praticamente todos os problemas ainda não resolvidos.
O comentariato dos EUA errou quando previu que a campanha militar russa fracassaria. E continuará a tentar semear dúvidas sobre o sucesso dos esforços diplomáticos dos russos. Tentará desqualificar os progressos dos sírios na direção de recuperar a plena soberania do povo sírio sobre o próprio território.
Já ninguém pode deixar-se engambelar por esses discursos de emerdamento da opinião pública.