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Diário Liberdade
Segunda, 01 Janeiro 2018 21:16 Última modificação em Sábado, 06 Janeiro 2018 21:35

KKE: “Tiramos conclusões, nos tornamos mais fortes”

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/ Batalha de ideias / Fonte: PCB

[Dimitris Koutsoumpas, Secretário Geral do Comitê Central do Partido Comunista da Grécia, no periódico russo “Sovetskaya Rossiya”] Boletim de Informação da Seção de Relações Internacionais do Comitê Central do KKE.

É um grande prazer dirigir-me através das páginas do periódico histórico, “Sovetskaya Rossiya”, aos trabalhadores da Rússia, do país onde se “rompeu o elo”, como disse Lenin, que “indicou a direção” para a derrubada revolucionária do capitalismo e a construção da nova sociedade, a sociedade socialista-comunista.

Os acontecimentos da contrarrevolução e da derrubada do socialismo não confundiram o olhar nem a mente ou o julgamento dos comunistas da Grécia, do KKE. De fato, em 28 de dezembro de 1991, poucas horas depois de a bandeira vermelha ter baixado no Kremlin, o Rizospastis, órgão do Comitê Central do KKE, colocava em sua capa histórica: “Camaradas, mantenham a bandeira no alto! A esperança está na luta dos povos!”.

2017, ano do centenário da Grande Revolução Socialista de Outubro, foi marcado pela atividade multifacetada de nosso Partido. Nosso Partido é também fruto da chama revolucionária de Outubro.

Em nosso país ocorreram centenas de atividades políticas e culturais importantes em homenagem da Revolução Socialista.

Ao mesmo tempo, através de nossa atividade ideológica e política, assim como através de nossa atividade nos sindicatos e nas demais organizações populares de massas, buscamos defender a causa justa da classe operária e das demais camadas pobres contra a política antipopular, destacar a necessidade do poder operário, que é o único contrapeso verdadeiro ante a barbárie capitalista.

Os comunistas da Grécia lutam pela organização da luta da classe operária, contra o governo burguês da “nova” socialdemocracia, do SYRIZA, que governa durante os últimos 3 anos, contando com o apoio do partido da direita ANEL e com o respaldo do capital, da União Europeia, da OTAN e dos EUA.

Em condições difíceis de alto desemprego, por conta da crise capitalista, de intensificação da intimidação patronal nos centros de trabalho, de repressão por parte do governo-Estado e de destruição do direito de greve, os comunistas entregaram todas as suas forças à organização de grandes lutas operárias, manifestações, greves a nível nacional.

Esta luta, além de certas conquistas que obtiveram os trabalhadores em alguns setores, como no setor das construções, no setor de construção e reparação de navios, etc., fortaleceu ainda mais as posições dos comunistas, das forças de classe em geral, que lutam nas fileiras da Frente Militantes de Todos os Trabalhadores (PAME). Fortaleceram-se as forças classistas. Atualmente, a PAME é a segunda força no movimento comunista sindical e a força melhor organizada.

Além disso, os comunistas estão ativos entre os camponeses pobres, que em 2017, por 40 dias, bloquearam as estradas principais do país em 100 pontos, lutando contra a política do governo e da União Europeia, que os leva à ruína.

Os comunistas trabalham também ativamente pelas lutas das camadas pequenas e médias da cidade, dos trabalhadores autônomos, assim como das mulheres e dos jovens de procedência operária ou popular. Não é por acaso que a KNE, nos últimos 4 anos, vem se destacando como a segunda força nas eleições estudantis a nível nacional, com mais de 20%.

Os comunistas, tanto no Parlamento grego (o KKE tem 15 deputados), como no Parlamento Europeu (onde possui 2 eurodeputados), e nas fileiras dos milhares de manifestantes que se mobilizaram muitas vezes por seus direitos trabalhistas e populares, assim como fora das bases e dos quartéis da OTAN, nos opusemos firmemente às guerras imperialistas e à participação da Grécia nelas. Posicionamo-nos contra a transformação de nosso país em um trampolim para a promoção dos planos dos EUA, da OTAN, da UE no Oriente Médio, na África, na Ucrânia, no mar Negro, etc. Defendemos a retirada das uniões imperialistas da OTAN e da UE, de todas as alianças imperialistas, o que só pode ser garantido por um governo operário na Grécia. Somente o poder operário pode garantir que será colocado um fim às medidas anti-operárias e antipopulares, mediante a socialização dos meios de produção, a planificação científica da economia e o controle operário.

O 20° Congresso de nosso Partido, celebrado em fins de março de 2017, em que colocamos o limite ainda mais alto, abordou a questão de como trabalhar de maneira mais eficaz. Apresentamos a tarefa imediata do fortalecimento do KKE para que nosso partido seja capaz, como partido da derrubada social, de levar a cabo seu papel histórico de vanguarda. Um partido capaz de dirigir a luta da classe operária e de todo o povo, pelo reagrupamento do movimento operário sindical, a promoção da Aliança Social em direção antimonopolista-anticapitalista, contra a guerra imperialista, pelo poder operário.

Porque nós sabemos muito bem que a Revolução de Outubro não foi nem um “acidente da História”, nem um “golpe de Estado desastroso” levado a cabo pelos bolcheviques, como dizem e escrevem os burgueses, nem tampouco uma revolução “imatura e precoce” segundo dizem vários renegados, oportunistas, aventureiros.

A Revolução de Outubro foi o evento histórico transcendental que marcou o começo da época em que a classe operária se converteu em protagonista do desenvolvimento dos acontecimentos e empurrou para adiante a roda da História, tomando o poder e organizando as novas relações socialistas-comunistas de produção, reformando o conjunto da sociedade.

Esta avaliação continua sendo válida já que hoje o capitalismo – que está em sua fase imperialista –, predomina a nível global, já que as relações socialistas que sobrevivem em alguns países são somente os remanescentes da primeira tentativa de construir o socialismo, que começou em 1917 e continuou em vários países durante todo o século 20.

Atualmente, o socialismo é mais vigente e necessário que nunca antes na história da humanidade. Isto, assim como o caráter socialista da revolução de nossa época, não depende da correlação de forças que existe em cada fase, mas surge dos becos sem saída do capitalismo, do fato de que amadureceram as condições prévias para a passagem à nova sociedade.

Hoje, os antagonismos imperialistas se aprofundaram ainda mais: as grandes contradições com relação à distribuição dos mercados, o controle dos recursos naturais, das rotas de transporte de energia, de mercadorias, o controle geopolítico. Estão sendo criadas novas alianças e blocos de forças, aumentando os perigos de conflitos militares.

No marco destes conflitos, o Movimento Comunista Internacional, cada Partido Comunista, deve elaborar sua própria linha de luta. Uma linha para a derrubada da barbárie imperialista que traz crises econômicas, pobreza, desemprego e guerras ou “paz” com a pistola na cabeça dos povos. E isto deve ser feito através do estudo da experiência histórica, repudiando conscientemente as análises errôneas de décadas anteriores que, além da ineficácia, levaram às forças revolucionárias na sociedade ao desarmamento e a um maior desconcerto.

Segundo demonstrou a experiência de Outubro, assim como o curso internacional do movimento operário revolucionário, não existe lugar para uma cooperação-aliança com a burguesia em seu conjunto ou com certos setores desta, em nome da defesa da democracia burguesa, da “humanização do capitalismo”, de uma etapa imediata de transição para o socialismo ou sob o pretexto de evitar as “forças extremas a favor da guerra”.

A burguesia e seu poder destroem e suprimem os direitos e as conquistas operárias e populares, além de, inclusive em “condições de paz”, prepararem guerras. A consolidação da luta anticapitalista-antimonopolista pelo socialismo requer a aliança da classe operária com os camponeses pobres, os artesãos e os trabalhadores autônomos.

A linha da socialdemocracia, desde princípios do século passado até o presente, fracassou, causou grande dano, levou à derrota do movimento comunista revolucionário, assimilou forças operárias no sistema de exploração capitalista, levou ao desarmamento de forças militantes e progressistas do desenvolvimento social. É por isso que na pergunta “reforma ou revolução?” nós respondemos “revolução”, porque nenhum órgão do poder burguês poderá se humanizar. Isto, do mesmo modo que o papel indispensável do partido comunista, derivam de nossa teoria, do marxismo-leninismo e do internacionalismo proletário.

A construção socialista, como primeira fase imatura da sociedade comunista, destacou as leis científicas que devem ser conhecidas e a não violação da vanguarda revolucionária, para erradicar de maneira consciente e planificada as sementes da contrarrevolução. Mais em concreto, a teoria do “socialismo de mercado” é prejudicial para a construção e a perspectiva socialista, que na antiga URSS se fez de maneira gradual através do deslize oportunista durante um período de tempo, que começou em 1956 e que se manifestou violentamente em 1991, com a dissolução definitiva da URSS e do PCUS.

A experiência histórica mostrou que os problemas que surgiram ao longo da construção socialista, foram interpretados de maneira errônea como fraquezas inerentes da planificação central. Buscou-se, então, uma solução dando passos para trás, ou seja, para a expansão do mercado, em vez de dar um passo para frente, expandindo e fortalecendo as relações de produção socialistas-comunistas.

Hoje, tiramos as conclusões corretas de nossa História e nos tornamos mais fortes. Armamo-nos melhor em nível ideológico e político para as batalhas de classe de hoje e do futuro. Nossa arma é o internacionalismo proletário, nossa luta comum, a solidariedade classista e camaradagem, que são necessárias contra o isolamento nacional e contra o cosmopolitismo imperialista.

O KKE, que em 2018 celebrará o 100° aniversário de sua fundação, seguirá o PCOR na organização do Encontro Internacional de Partidos Comunistas e Operários. Com o XX Encontro Internacional, que se ocorrerá em Atenas, assim como outras formas, tentaremos contribuir para que o movimento comunista internacional que hoje está dividido e enfrenta grandes dificuldades, dê passos no curso de seu reagrupamento revolucionário, porque esta é a única perspectiva.

Desejamos aos leitores de “Sovetskaya Rossiya” que tenham saúde e força para as novas lutas de 2018. Nosso futuro não é o capitalismo, mas o novo mundo das revoluções socialistas, da construção socialista-comunista.

Desejo a todos e a todas um Feliz Ano Novo!

Fonte original: http://sovross.ru/articles/

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