EUA O Pentágono vai rever a política de desenvolvimento de armas nucleares argumentando com a necessidade de responder à China e à Rússia, países que acusam Washington de retroceder à «mentalidade da guerra fria».
A nova política proposta pelo Pentágono pressupondo a introdução de dois novos tipos de armamento atómico foi defendida pela secretário da Defesa dos EUA, James Mattis, com a necessidade de «olhar a realidade nos olhos» e «ver o mundo como ele é». A justificação da revisão, a primeira desde 2010, encerra uma crítica à orientação da anterior administração, durante a qual Barack Obama proclamava a intenção de reduzir a capacidade nuclear norte-americana.
A mudança agora anunciada foi uma promessa eleitoral de Donald Trump. No discurso sobre o estado da nação proferido a semana passada, o presidente dos EUA reiterou que o país vai deter um arsenal nuclear «tão forte e poderoso que deterá qualquer ato de agressão».
Entre os potenciais «agressores», um alto responsável militar dos EUA indicou, no início entretanto, a China e a Rússia, países que, confrontados com as declarações e o anúncio da alteração à da política nuclear norte-americana, não calaram as críticas.
Para Pequim, os EUA deviam abandonar a «mentalidade da guerra fria» e seguir na dianteira da não-proliferação e do desarmamento nucleares. Já Moscovo destacou o carácter «beligerante e antirrusso» da proposta do Pentágono.
Na Europa, o ministro dos negócios Estrangeiros alemão, Sigmar Gabriel, alertou para o perigo que representa «um relançamento da corrida às armas nucleares» e apelou aos países do velho continente para que sejam percursores do sentido contrário.
O Irão, ameaçado por Donald Trump com o cancelamento unilateral do acordo estabelecido a respeito do seu programa nuclear, advertiu, por seu lado, que a decisão dos EUA «aproxima a humanidade da liquidação».
Na quinta-feira, dia 1, o Conselho para a Paz e a Cooperação divulgou, em conferência de imprensa, que a campanha «visando a adesão de Portugal ao Tratado de Proibição de Armas Nucleares, aprovado em Julho [de 2017] por 122 países participantes numa conferência das Nações Unidas realizada especificamente para o efeito», já havia recolhido mais de cinco mil assinaturas.