Com a evacuação de Harasta, o Exército Árabe Sírio (EAS) dá cumprimento à ofensiva lançada em meados de Fevereiro com o objectivo de libertar a região de Ghouta Oriental dos grupos terroristas.
De acordo com o Crescente Vermelho Árabe Sírio, citado pela Prensa Latina, os primeiros 410 terroristas armados, de um total de 1500, deixaram a cidade de Harasta em direcção à província de Idlib, no norte do país, não sem apagarem informação importante. Em vários locais da cidade foram observadas nuvens de fumo que indicam que os grupos terroristas queimaram documentos para esconder ligações a países estrangeiros.
O Crescente Vermelho Árabe Sírio acrescenta que, para além da evacuação dos primeiros terroristas, foram libertados cerca de 1600 civis, de um total de seis mil que serão evacuados.
Dados do Ministério da Defesa da Rússia revelam que mais de 79 600 civis partiram para zonas seguras, nos últimos dias. Nos acampamentos temporários construídos para acolher estes deslocados, o exército sírio e o Crescente Vermelho têm vindo a assegurar as necessidades básicas aos milhares de cidadãos que foram feitos reféns pelos grupos terroristas radicados na região de Ghouta Oriental.
Entretanto, segundo relatos transmitidos pela Prensa Latina, prevê-se que os extremistas abandonem também as cidades do sul de Ghouta Oriental, como Zamalka, Ayn Tarma, Jobar e Arbeen.
A agência latinoamericana acrescenta que, em Ayn Tarma, as forças armadas sírias recuperaram um importante complexo de fábricas de engenharia que os grupos terroristas usavam para reparar e fabricar as suas armas e outros equipamentos de guerra.
Agressão Turca destrói património mundial
A Turquia bombardeou na passada quarta-feira o sítio arqueológico de Brad, localizado a 15 quilómetros da cidade de Afrin, reconhecido como Património Mundial da Unesco, em 2011. A destruição é acompanhada por várias pilhagens e saques nos territórios, agora ocupados pelas forças turcas.
Este local, que antes do início da guerra na Síria foi visitado por milhares de turistas, inclui igrejas monumentais, mosteiros bizantinos, cemitérios e edifícios que datam do período romano, no segundo e terceiro séculos depois de Cristo.
A denúncia partiu da Direcção-Geral de Antiguidades e Museus da Síria, segundo a qual o regime turco destruiu intencionalmente vários sítios arqueológicos na cidade de Afrin, incluindo o Templo de Ein Dara.
O director, Mahmud Hamud, acrescenta que essa nova agressão revela um plano sistemático para destruir a herança, a civilização, a identidade e a história da Síria e dos sírios. Ao mesmo tempo, instou a Unesco e outras organizações internacionais a condenarem a «constante agressão» turca contra os sítios arqueológicos da Síria.
No passado mês de Janeiro, o presidente da Síria, Bashar al-Assad denunciava em comunicado que «a agressão brutal da Turquia contra a cidade síria de Afrin não pode ser isolada da política implementada pelo regime turco desde o primeiro dia da crise na Síria, que assenta fundamentalmente no apoio ao terrorismo e a organizações terroristas, independentemente das suas designações».