As seis pessoas detidas onte ficárom já hoje em liberdade, enquanto o número de feridas ultrapassa a centena. Tentativas de atropelamento com carrinhas policiais, utilizaçom de armamento proibido antimotim e outras formas de violência extrema contra as pessoas que se manifestavam ficárom registadas nas redes sociais.
A violência começou na sexta-feira em resposta aos protestos pacíficos pola prisom incondicional imposta contra representantes institucionais cataláns polo facto de serem dirigentes independentistas: Turull, Rull, Bassa, Forcadell i Romeva entravam em prisom e Rovira saía para o exílio suíço.
A situaçom piorou com a detençom, no domingo, de Carles Puigdemont, presidente da Catalunha no exílio, quando atravessava de carro o território da Alemanha. A saída de dezenas de milhares de cataláns às ruas do país foi contestada com mais violência policial: entrada violenta em locais públicos, tentativas de atropelamento, disparos de bolas de borracha proibidos pola legislaçom catalá... umha repressom inaudita que provocou incredulidade e condenas um pouco por todo o mundo.
Para a quarta-feira desta semana foi convocado um Pleno do Parlamento catalám, impedido de eleger governo polas pressons judiciais espanholas, no qual serám aprovadas medidas de exceçom contra a situaçom de ocupaçom do país e das suas instituiçons polo Estado espanhol através do artigo 155 da Constituiçom monárquica, que faculta o Governo madrileno a usurpar as funçons do executivo catalám.
Entretanto, Puigdemont continua detido na Alemanha à espera da resoluçom judicial desse país frente ao pedido de extradiçom via euro-ordem emitida polo regime espanhol. Vozes do soberanismo catalám reclamam que o Parlamento desse país o reeleja presidente de maneira imediata.
[25.03.2018] Tensom nas ruas da Catalunha pola dura ofensiva repressiva espanhola contra o independentismo
O povo catalám manifesta-se nos últimos dias de maneira massiva contra a violência estatal espanhola, que elevou o número de presos políticos relacionados com a estratégia independentista até nove, para além dos exilados em diversos países europeus.
O aparelho judicial espanhol pisou o acelerador da repressom, tentando descabeçar a direçom institucional do independentismo catalám, protagonista de umha estratégia independentista que mobilizou milhons de cataláns e catalás na última década.
A culminaçom do processo, com umha declaraçom de independência logo a seguir a um referendo obstaculizado violentamente polo Estado espanhol, foi respondida polo aparelho repressivo do Reino de Espanha com detençons, processos judiciais, prisons preventivas e perseguiçom contra setores sociais cataláns, como os docentes, numha tentativa de involuçom centralista marcada pola aplicaçom do recentralizador artigo 155 da Constituiçom monárquica espanhola.
A impossibilidade de que a maioria parlamentar eleja o seu próprio governo após as eleiçons impostas polo Estado espanhol, ganhas polos partidos independentistas, com o primeiro candidato exilado, o segundo em prisom e o terceiro detido e também encarcerado após a sua indicaçom como futuro presidente, mostra a clara estratégia repressiva espanhola, que se completa com a detençom do atual presidente, Carles Puigdemont, quando viajava da Finlánda para a sua residência no exílio belga, através de território alemám.
A resposta do povo catalám à detençom do seu legítimo presidente está a ser novamente massiva em diferentes pontos do país, com protagonismo para os Comités de Defesa da República, que rodeiam no momento que escrevemos estas linhas a Delegaçom do Governo espanhol em Barcelona, protegida pola polícia autonómica. Registárom-se já agressons policiais a alguns manifestantes.
Com o poder judicial em vanguarda repressiva, ultrapassando o próprio governo, o Estado espanhol aposta na linha dura para tentar derrotar o independentismo. Ao mesmo tempo, umha eventual derrota do soberanismo catalám abriria as portas à aplicaçom da mesma lógica repressiva e reacionária a todo o tipo de movimentos contestatários, numha época de aumento da exploraçom contra a classe operária e corte de direitos sociais generalizado.
...Todo o qual nom está a impedir um alinhamento da esquerda institucional espanhola com o seu Estado e contra a autodeterminaçom catalá.